China vai crescer só 2,7% em 2022, projeta Banco Mundial em novo corte
As novas previsões estão abaixo da meta oficial chinesa de 5,5%, taxa que analistas consideram impossível
![CHENGDU, CHINA - MARCH 12: Huawei Technologies Co., Ltd CEO Ren Zhengfei attends the unveiling ceremony of the Huawei Symantec Technologies Co., Ltd. on March 12, 2008 in Chengdu, Sichuan Province of China. (Photo by Wang Xiwei/Visual China Group via Getty Images)](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/08/GettyImages-1151353669.jpg?quality=90&strip=info&w=1024&h=602&crop=1)
Diante do impacto da pandemia e da fragilidade do setor imobiliário na segunda maior economia do mundo, o Banco Mundial cortou nesta terça-feira, 20, a previsão de crescimento econômico da China em 2022 de 2,8%, anunciada em setembro, para apenas 2,7%.
O corte é ainda maior se comparado a projeções anteriores. Em junho deste ano, a instituição previu que a economia chinesa cresceria 4,3%. Todos os números estão abaixo da meta oficial chinesa de 5,5%, um crescimento que analistas consideram impossível.
“A atividade econômica na China segue os altos e baixos da pandemia: surtos e desacelerações no crescimento seguidos por recuperações desiguais”, afirmou o Banco Mundial em um comunicado. A previsão é de que o crescimento real do PIB alcance 2,7%, antes de uma recuperação a 4,3% em 2023 com a reabertura da economia”.
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Os três anos de confinamento aumentaram gastos de saúde, como testes de Covid-19 em larga escala e quarentenas prolongadas, que sufocaram atividades comerciais e afetaram cadeias produtivas no mundo inteiro.
Além disso, a economia foi profundamente afetada devido às restrições de viagens. Mesmo que o país tenha abandonado a política Covid Zero no fim de novembro, ainda existem surtos de casos e algumas restrições permanecem em vigor.
O Banco Mundial ressaltou, ainda, que o setor imobiliário, responsável por 25% do Produto Interno Bruto (PIB) anual do país, também sangra devido à falência de empresas da área e ao boicote de pagamentos de hipotecas pela população.
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O risco de eventos climáticos extremos, devido o aquecimento global, também é uma preocupação para o banco. Segundo a instituição, há uma conexão entre o avanço das mudanças climáticas com o declínio econômico mundial. Na Cop15, conferência de biodiversidade das Nações Unidas, inclusive, o acordo final implementou um aumento do Fundo Ambiental Global (GEF) das Nações Unidas, para financiar a preservação ambiental.