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China suspende negociações com EUA sobre controle de armas nucleares

Segundo Ministério das Relações Exteriores chinês, decisão foi influenciada pela venda de armas dos Estados Unidos para Taiwan

Por Paula Freitas Atualizado em 17 jul 2024, 16h44 - Publicado em 17 jul 2024, 14h43

A China suspendeu nesta quarta-feira, 17, as negociações com os Estados Unidos sobre não proliferação de armas nucleares em razão da continuação da venda de armas dos EUA para Taiwan, país considerado por Pequim como uma península rebelde que faz parte de seu território. O Ministério das Relações Exteriores chinês afirmou que o comércio de material bélico entre os países está “prejudicando seriamente a atmosfera política para consultas contínuas sobre controle de armas entre os dois lados”.

“Os EUA continuaram suas vendas de armas para Taiwan e tomaram uma série de ações negativas que prejudicam seriamente os interesses centrais da China e minam a confiança política mútua”, disse o porta-voz da pasta, Lin Jian. “Por esse motivo, a China decidiu suspender as negociações com os Estados Unidos sobre uma nova rodada de consultas sobre controle de armas e não proliferação.”

Lin destacou, ainda, que a “responsabilidade por essa situação é inteiramente dos EUA”. Ele, no entanto, acrescentou que o governo chinês está disposto a “manter a comunicação com os Estados Unidos sobre questões internacionais de controle de armas com base no respeito mútuo”, mas alertou que, para isso, os EUA devem “respeitar os interesses centrais da China e criar as condições necessárias para o diálogo”.

As tratativas nucleares entre Pequim e Washington iniciaram há menos de um ano, após o fim das restrições da covid-19. Em novembro, pela primeira vez em cinco anos, os países se encontraram para tratar sobre o assunto. Na capital americana, eles se comprometeram a manter a comunicação e concordaram sobre a importância de as negociações serem baseadas no respeito e na confiança.

A China ocupa o terceiro lugar do ranking de países com mais armas nucleares. No topo da lista está a Rússia, que detém 5.880 ogivas, dentre as quais 1.674 são operacionais, 2.815 estão estocadas e 1.400 foram aposentadas. O contingente é um pouco maior em comparação ao dos Estados Unidos, que somam ao menos 5.244 ogivas. Eles são seguidos por China (410), França (290) e Reino Unido (225). Ou seja, dos cinco maiores detentores de armas nucleares, três integram a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), principal aliança militar ocidental.

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+ EUA e China realizam primeiro diálogo sobre armas nucleares em 5 anos

Venda para Taiwan

Os Estados Unidos são o fornecedor internacional de armas mais importante de Taiwan. Em junho, a administração de Joe Biden aprovou duas potenciais vendas de armas totalizando US$ 440 milhões, ou cerca de R$ 2,1 bilhões, para Taiwan. A notícia foi mal recebida pelo governo chinês, que afirmou que “os EUA devem respeitar o princípio de uma China e os três comunicados conjuntos. Devem parar de vender armas para Taiwan, criando tensões e minando a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan”.

De acordo com o Departamento de Estado dos EUA, uma das vendas, totalizando cerca de US$ 332 milhões (R$ 1,6 bilhão), inclui munição de 30 mm e equipamentos relacionados. Já a outra negociação, de US$ 108 milhões (R$ 520 milhões), é para peças de reposição e reparos para veículos e armas para o Escritório de Representação Econômica e Cultural de Taipei, o posto diplomático de Taiwan nos Estados Unidos.

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