China reabre fronteiras para turistas e sinaliza fim de Covid Zero
País deixou de exigir quarentena de viajantes após três anos de rígidas restrições, enquanto enfrenta alta de casos da doença
Após quase três anos de rígidas restrições para conter a disseminação do novo coronavírus por meio da política de Covid Zero, a China reabriu as fronteiras para viajantes e deixou de exigir quarentena para pessoas que visitam o país. Neste domingo, 8, chegaram os primeiros voos, além de visitantes por vias terrestres e marítimas, em meio às celebrações do Ano Novo Lunar. A reabertura, embora comemorada, causa preocupação, pois a China enfrenta alta de casos da doença desde o início do mês passado, quando começou a flexibilizar as medidas de contenção do vírus depois de enfrentar protestos da população.
Segundo a agência de notícias Reuters, foram registradas longas filas no aeroporto de Hong Kong, onde pessoas estavam ansiosas pelo embarque para, enfim, encontrar familiares que não viam desde o início da pandemia. São esperados 2 bilhões de voos durante os 40 dias de festividades do Ano Novo Chinês. A emissão de passaportes também foi retomada neste domingo, assim como de vistos e autorizações de residência para estrangeiros.
Espera-se que a reabertura pressione ainda mais o sistema de saúde chinês, já sobrecarregado pelo aumento de casos de Covid-19. O quadro real de infecções se tornou nebuloso desde o final de dezembro em função da decisão da Comissão Nacional de Saúde da China de interromper a divulgação de dados diários sobre a doença.
Na semana passada, a Organização Mundial da Saúde (OMS) criticou a definição “estreita demais” do país para caracterizar se alguma morte foi causada pela doença, alertando que as estatísticas oficiais não estavam mostrando o verdadeiro impacto do surto.
Neste sábado, 7, a agência estatal de notícias do governo chinês, Xinhua, apresentou o novo protocolo para diagnóstico e tratamento da Covid-19. Uma das determinações foi o fim da exigência de identificação de casos suspeitos da doença.
“Os infectados com o vírus podem ficar em casa ou procurar atendimento médico em instituições médicas. A quarentena de casos positivos em locais designados já não se aplica no novo protocolo”, diz o texto.