Lar de quase metade dos 100 edifícios mais altos do mundo, a China proibiu nesta quarta-feira (7) construção de edifícios com mais de 500 metros de altura, o equivalente a 160 andares.
A medida acontece em meio às crescentes preocupações de superaquecimento no mercado, que pode ter levado ao comprometimento da segurança de projetos e ao excesso de espaços comerciais.
As autoridades locais também precisarão limitar estritamente a construção de torres com mais de 250 metros de altura.
Embora já houvesse uma restrição similar no país, a ordem estava em vigor apenas em algumas cidades, como a capital Pequim.
A decisão acontece cerca de dois meses depois do SEG Plaza, um prédio de 72 andares em Shenzhen, no sul do país, ser evacuado depois de começar a tremer, causando pânico nos ocupantes.
Existem apenas dez edifícios no mundo que excedem a nova altura limite, e cinco deles estão na China continental, incluindo a Torre de Xangai, de 128 andares e 632 metros, de acordo com o Conselho de Edifícios Altos e Habitat Urbano.
O principal planejador econômico citou problemas de qualidade e riscos de segurança em alguns empreendimentos decorrentes de falhas na supervisão.
Apesar das preocupações, um arranha-céu nunca desabou no país, segundo levantamento da agência de notícias AFP. Edifícios mais baixos, por sua vez, costumeiramente tem normas de construção às vezes frouxas no país.
Em março de 2020, um hotel usado para quarentena contra o coronavírus desabou na província de Fujián, no leste do país. Havia cerca de 70 pessoas no local e 29 morreram.
Agora, a construção de edifícios com mais de 100 metros deve corresponder estritamente à escala da cidade onde eles serão localizados, juntamente com sua capacidade de responder a incêndios, disse a comissão.
Dois meses após o inexplicável tremor do SEG Plaza, a nova restrição deve interromper o boom da construção dos super arranha-céus na China, que ganhou força sobretudo nos últimos seis anos.
A proliferação de super arranha-céus está relacionada a altas taxas de desocupação, à medida que os desenvolvedores competem para encontrar inquilinos para preencher seu espaço.