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China escala guerra comercial com EUA e proíbe exportação de minerais-chave

Gálio, germânio e antimônio, ligados à indústria bélica e de semicondutores, estão entre os produtos banidos; EUA lançam nova restrição aos chips chineses

Por Amanda Péchy Atualizado em 3 dez 2024, 21h50 - Publicado em 3 dez 2024, 09h13

A China proibiu, nesta terça-feira, 3, exportações para os Estados Unidos de gálio, germânio e antimônio, minerais essenciais que têm potenciais aplicações militares. A medida veio um dia após Washington impor uma nova rodada de restrições ao setor chinês de semicondutores, e em meio à tensão envolvida na ascensão de Donald Trump como presidente americano e suas promessas de um grande tarifaço, em especial, contra Pequim.

O Ministério do Comércio chinês citou preocupações de segurança nacional ao emitir a diretiva que restringiu de forma imediata a exportação dos chamados itens de uso duplo militar-civil. Pequim já havia começado a implementar limites sobre a venda de minerais essenciais no ano passado, mas essas se aplicam apenas aos Estados Unidos.

Dona dos minerais essenciais

Gálio e germânio são minerais usados ​​em semicondutores, enquanto o germânio também é usado em tecnologia infravermelha, cabos de fibra ótica e células solares. Os semicondutores, materiais que conduzem correntes elétricas na forma de microchips, são a espinha dorsal do mundo interconectado e estão presentes em todos os recantos do universo eletrônico (de automóveis, aparelhos de TV e smartphones, até equipamentos de exploração espacial e armas).

Este ano, a China foi responsável por 59,2% da produção de germânio refinado e 98,8% da produção de gálio refinado, de acordo com a consultoria Project Blue.

O antimônio, por sua vez, tem seu principal uso na confecção de baterias de automóveis, além de ser protagonista na indústria bélica: o mineral é usado em munição, mísseis infravermelhos, armas nucleares e óculos de visão noturna. No ano passado, a China foi responsável por 48% do antimônio extraído no mundo.

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Ofensiva dos EUA

O anúncio da China ocorreu após os Estados Unidos lançarem sua terceira rodada de restrições em três anos contra a indústria de semicondutores da China na segunda-feira 2. A nova medida proíbe exportações americanas para 140 empresas chinesas, incluindo a fabricante de equipamentos para microchips Naura Technology Group.

Trump, cujo primeiro mandato na Casa Branca foi marcado por uma amarga guerra comercial com a China, disse que implementará tarifas de ao menos 10% sobre produtos chineses. Durante a campanha presidencial, ele havia prometido tarifar os produtos “Made in China” em 60%.

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