China e UE reafirmam compromisso com acordo do clima de Paris
Países se comprometem com projeto de transferir 100 bilhões de dólares por ano a nações pobres para ajudá-las na adaptação às mudanças climáticas
A China e a União Europeia (UE) reafirmaram nesta segunda-feira (16) seu compromisso com o acordo de Paris para minimizar os efeitos da mudança climática e pediram a outros signatários que façam o mesmo, sob o argumento de que as ações contra o aumento da temperatura global se tornaram mais importantes do que nunca.
Depois da decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retirar seu país do acordo, no ano passado, a China e a UE emergiram como as maiores defensoras do pacto de 2015. O objetivo do acordo é evitar que a temperatura planeta aumente 2º Celsius até o final do século por meio da redução das emissões de gases do efeito estufa.
Em um comunicado conjunto divulgado hoje, Pequim e Bruxelas não chegaram a criticar os Estados Unidos diretamente, mas disseram que o acordo de Paris provou que “o multilateralismo é capaz de oferecer soluções justas e eficazes para os problemas globais mais graves de nosso tempo”.
Os dois lados disseram que continuam comprometidos com a criação de um mecanismo para transferir 100 bilhões de dólares por ano das nações mais ricas às mais pobres para ajudá-las a se adaptar às consequências das mudanças climáticas. A iniciativa é um grande ponto de discordância com Washington.
Eles também prometeram trabalhar estreitamente para buscar uma solução eficiente para o problema das emissões de gases estufa provenientes da aviação e do transporte de cargas, assim como pretendem estudar novas maneiras de cooperar no comércio de emissões de carbono.
Além dos Estados Unidos, a União Europeia e a China são os maiores emissores do planeta. As emissões dos primeiros, entretanto, vêm desde o período da Revolução Industrial, enquanto a chinesa tornou-se mais volumosa nos últimos 50 anos.
“O que une a dupla não é só Trump – a China e a UE entendem as oportunidades oferecidas por um mundo limpo e de clima seguro”, disse o grupo ambiental Greenpeace em um comunicado.
(Com Reuters)