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China alerta Bolsonaro contra seguir política econômica dos EUA

Em editorial publicado por jornal estatal, Pequim afirma que “custo econômico” de romper acordos com mercados chineses pode ser duro

Por Da Redação
Atualizado em 4 jun 2024, 16h33 - Publicado em 1 nov 2018, 11h17

Um editorial publicado pelo jornal estatal China Daily nesta semana alerta o Brasil para os riscos econômicos de o presidente eleito Jair Bolsonaro seguir a política econômica do americano Donald Trump e romper acordos comerciais com Pequim.

O editorial, que chama Bolsonaro de “Trump Tropical”, afirma logo no título que “não há razão” para que o político brasileiro rompa as relações econômicas com a China.

O China Daily é usado muitas vezes como porta-voz do governo chinês e costuma servir para mandar mensagens a parceiros. e outras nações.

“Rejeitar a China, que Bolsonaro já descreveu como um parceiro excepcional, pode servir a algum propósito político específico”, afirma o texto. “Mas o custo econômico pode ser duro para a economia brasileira, que acaba de sair de sua pior recessão na história”.

Segundo o China Daily, o brasileiro tratou o mercado chinês de forma pouco amigável durante sua campanha eleitoral. “Ele retratou a China como um predador que busca dominar setores-chave da economia brasileira”, diz o artigo.

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Pequim, contudo, lembra que exportações brasileiras, principalmente os grãos e minerais, “não só ajudaram a alimentar o rápido crescimento da China, mas também apoiaram o rápido crescimento do Brasil”.

“A China é o maior mercado de exportação do país dele e a fonte número 1 de superávit comercial. Mais importante, as duas economias são verdadeiramente complementares e dificilmente concorrentes”.

“Embora Bolsonaro possa ter imitado o presidente dos EUA ao ser franco e afrontoso para capturar a imaginação dos seus eleitores, não há nenhuma razão para ele copiar as políticas comerciais de Trump”, completa o jornal.

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Durante a campanha, Bolsonaro afirmou que a China tentava dominar importantes setores da economia brasileira. O presidente eleito também registrou sua oposição à privatização planejada de alguns ativos da estatal Eletrobras devido ao temor de que compradores chineses deem os maiores lances, após diversas aquisições recentes de Pequim nos setores de energia e infraestrutura do Brasil.

Em fevereiro, Bolsonaro se tornou o primeiro candidato à Presidência a visitar Taiwan desde que o Brasil reconheceu Pequim como o único governo chinês nos anos 1970. O posicionamento do brasileiro é considerado inaceitável por Pequim e gerou um clima de tensão entre os líderes chineses.

As relações econômicas entre Pequim e Washington estão prejudicadas nos últimos meses, desde que Donald Trump impôs tarifas de 25% sobre a importação de aço e 10% sobre o alumínio de diversos países, entre eles a China. 

As duas maiores economias do mundo hoje estão prestes a iniciar uma guerra comercial, que tem o potencial de abalar a atividade econômica global.

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