O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, desembarcou em Kiev nesta terça-feira, 14, em meio ao recente avanço das tropas russas na região de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, e anunciou ao presidente Volodmyr Zelensky que uma parte do pacote de ajuda militar de US$ 61 bilhões (cerca de R$ 314,2 bilhões) aprovado pelo Congresso americano no mês passado já havia chegado ao país em guerra.
A viagem surpresa de Blinken reforçou o apoio de Washington a Kiev após um longo período em que a ajuda militar dos americanos foi suspensa, devido a um bloqueio dos republicanos linha-dura no Congresso dos Estados Unidos. Segundo o chefe da diplomacia da Casa Branca, o restante do financiamento está a caminho e “fará uma diferença real contra a contínua agressão russa no campo de batalha”.
“Sabemos que este é um momento desafiador. Mas também sabemos que no curto prazo a assistência está a caminho, parte dela já chegou e mais chegará”, garantiu Blinken.
Desvantagem ucraniana
A escassez de soldados e armas ucranianas permitiu que o exército russo avançasse gradativamente no território do país. Zelensky disse a Blinken que os equipamentos de defesa aérea representam “o maior déficit” para seu exército, que está em desvantagem em relação à Rússia.
O restante da ajuda militar a caminho inclui mísseis de longo alcance, conhecidos como ATACMS, artilharia e interceptadores de defesa aérea.
Urgência
Na segunda-feira 13, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, afirmou que Washington estava tentando “acelerar o ritmo das entregas” de armas à Ucrânia, e que um novo pacote de armas seria anunciado esta semana.
“O atraso colocou a Ucrânia num buraco e estamos a tentar ajudá-los a sair desse buraco o mais rapidamente possível”, disse ele.
Cerca de 18% do território ucraniano está sob controle da Rússia, que avança cada vez mais devido à ofensiva no norte da região de Kharkiv, onde fica a segunda maior cidade da Ucrânia, e a intensificação de seus ataques aéreos de longo alcance contra infraestruturas energéticas desde março.