Os chanceleres da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) aprovaram nesta quarta-feira avançar no uso de moedas locais no lugar do dólar para o comércio na região, entre outras resoluções políticas e financeiras em um encontro realizado em Buenos Aires.
“O que foi aprovado pela reunião de chanceleres como plano de ação é avançar no desenho de um sistema multilateral de pagamentos, que use moeda local”, afirmou o vice-ministro argentino de Economia, Roberto Feletti, que atuou como porta-voz em uma coletiva de imprensa.
Feletti disse que para ter um sistema multilateral, “foi colocada em revisão o convênio da Associação Latino-Americana de Livre Comércio (Aladi) e o sistema unitário de pagamento de créditos recíprocos que alguns países da região têm”.
“É uma tendência ‘desdolarizar’ o comércio regional”, disse o funcionário no Palácio San Martín, sede protocolar do Ministério de Relações Exteriores.
A secretária da Unasul, a colombiana María Emma Mejía, anunciou na coletiva de imprensa que os chanceleres também aprovaram “acompanhar com três missões de enviados os próximos processos eleitorais na Guiana, Bolívia e Paraguai”, no caminho para o fortalecimento institucional do bloco.
Mejía também informou que “foram formados três grupos de trabalho sobre medidas monetárias, sobre fortalecimento do comércio e sobre a ampliação do Conselho do Fundo Latino-Americano de Reservas (Flar)”.
O Flar é um mecanismo de assistência a membros do bloco que tenham dificuldades financeiras.
Feletti completou que outros dois pontos aprovados pelos chanceleres foram “a formação de um banco regional próprio com a constituição do Banco do Sul e a coordenação no uso de reservas dos bancos centrais para se proteger da volatilidade financeira internacional”.
O encontro ocorreu a portas fechadas, na véspera de uma reunião ministerial prevista para a quinta-feira do Fórum para a Cooperação entre a América Latina e o Leste da Ásia (Focalae), que reúne 32 países das duas regiões.
A Unasul é integrada por Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.