Chanceler iraniano confirma viagem aos EUA para Assembleia-Geral da ONU
Diante da tensão causada pelo ataque contra refinarias sauditas no final de semana, a ida da comitiva de Teerã a Nova York não era certa
O Ministério das Relações Exteriores do Irã confirmou nesta quinta-feira, 19, que o chanceler Mohammad Javad Zarif viajará na manhã desta sexta-feira para os Estados Unidos para a Assembleia-Geral das Nações Unidas em Nova York. Teerã e Washington estão atualmente envolvidos em um grande conflito, depois que drones atacaram duas refinarias da estatal petrolífera Saudi Aramco no final de semana.
O ataque foi reivindicado pelos rebeldes houthis do Iêmen, mas os Estados Unidos e a Arábia Saudita culpam Teerã. Diante da tensão, a viagem da comitiva iraniana a Nova York para participar do evento da ONU não era certa.
Apesar da confirmação da presença de Zarif, ainda não está certo se o presidente Hassan Rohani fará o discurso na Assembleia-Geral.
A comitiva do Irã enfrentava problemas para ingressar nos Estados Unidos. Segundo informações da agência estatal de notícias Irna, a delegação iraniana que deveria viajar para Nova York para preparar a chegada de Rohani ainda não havia saído do país na quarta-feira 18 por não ter recebido os vistos americanos.
O governo americano é aliado da Arábia Saudita no Oriente Médio. Após os ataques contra as refinarias no final de semana, autoridades americanas prontamente acusaram Teerã de estar por trás do bombardeio.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, incialmente foi mais cuidadoso, e evitou apontar culpados. Ontem, contudo, anunciou que vai “aumentar substancialmente as sanções” impostas ao Irã, sem dar mais detalhes sobre a medida.
Nesta quinta, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, disse que seu país está construindo uma coalizão para deter o Irã, mas afirmou que busca uma solução pacífica.
Por sua vez, Mohammad Javad Zarif afirmou em uma entrevista à emissora americana CNN que qualquer ataque dos Estados Unidos ou da Arábia Saudita contra Teerã desencadearia uma “guerra total”.