Cercada por aviões, Taiwan denuncia 1ª ‘patrulha de combate’ chinesa de 2025
Ministério da Defesa da ilha democrática detectou 22 aeronaves militares chinesas, incluindo caças J-16, e navios de guerra ao redor do território taiwanês

O Ministério da Defesa de Taiwan afirmou nesta quinta-feira, 2, que aviões e navios de guerra da China realizaram a primeira “patrulha de combate” pelo perímetro da ilha no Ano Novo. Pequim classifica Taipé como uma província rebelde e rejeita a separação entre os territórios, conduzindo operações de “prontidão para combate” quase diariamente ao redor do território taiwanês.
Ao todo, o ministério detectou 22 aeronaves militares chinesas, incluindo caças J-16, e navios de guerra em volta do arquipélago. Os aviões teriam circulado pelo espaço aéreo ao norte, oeste, sudoeste e leste, sob vigilância de forças taiwanesas.
Na véspera, o Comando do Teatro Oriental da China, que monitora a ilha vizinha, divulgou um vídeo de Ano Novo que mostra um suposto caça chinês voando perto de uma aeronave de patrulha P-8 Poseidon, que os Estados Unidos (maiores aliados de Taipé) enviam, por vezes, pelo Estreito de Taiwan.
Além disso, a gravação exibe imagens de uma visita de estudantes chineses a Taiwan no final do ano passado, após convite do ex-presidente taiwanês Ma Ying-jeou, considerado mais próximo a Pequim. O vídeo foi definido pelo ministro das Relações Exteriores de Taiwan, Lin Chia-lung, como uma tentativa do Exército de Libertação Popular de demonstrar “intimidação”.
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Pedido por diálogo
O alerta do Ministério da Defesa acontece um dia após o presidente de Taiwan, Lai Ching-te, instar “trocas saudáveis e ordeiras com a China sob os princípios de reciprocidade e dignidade”, apesar de ter anunciado restrições a cidadãos chineses que visitam ou estudam na ilha. Quando tomou posse, em maio do ano passado, Lai afirmou que os exercícios militares chineses nas proximidades da ilha eram “o maior desafio estratégico para a paz e a estabilidade globais”. Pequim considera o político um “separatista”.
Por sua vez, o presidente da China, Xi Jinping, disse em seu discurso de Ano Novo na terça-feira 31 que não é possível impedir uma iminente “reunificação” de Pequim e Taipé. Em setembro de 2023, o governo chinês argumentou que as operações na ilha vizinha tinham como objetivo “combater a arrogância” dos separatistas.