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Catar diz que ataques a Rafah são ‘retrocesso’ para negociação de trégua

Primeiro-ministro catari afirma que Israel está revertendo todo progresso das tratativas; forças de Tel Aviv avançam na cidade do sul de Gaza

Por Da Redação
14 Maio 2024, 09h28
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  • O primeiro-ministro do Catar, xeque Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, afirmou nesta terça-feira, 14, que Israel está revertendo todo o progresso das negociações por um cessar-fogo na Faixa de Gaza com sua ofensiva a Rafah, no sul do enclave. Tanques israelenses avançaram mais profundamente no leste da cidade nesta manhã, entrando nos bairros de al-Jneina, al-Salam e al-Brazil, segundo moradores.

    “Especialmente nas últimas semanas, vimos algum impulso (nas negociações) crescer, mas infelizmente as coisas não avançaram na direção certa e neste momento estamos numa situação de quase impasse. É claro que o que aconteceu com Rafah nos atrasou”, disse o premiê ao Fórum Econômico do Catar.

    “Não há clareza sobre como parar a guerra do lado israelense. Não creio que sequer considerem isso como uma opção… Mesmo enquanto estamos falando sobre o acordo que conduz a um potencial cessar-fogo”, acrescentou o xeque Mohammed.

    Prontos para invadir

    Uma reportagem da emissora americana CNN publicada nesta terça revelou que, pela avaliação do governo dos Estados Unidos, Israel acumulou soldados suficientes nos limites de Rafah para iniciar uma invasão em grande escala nos próximos dias.

    De acordo com dois altos funcionários da Casa Branca que conversaram com o veículo, porém, autoridades de Washington não têm certeza se Tel Aviv tomou realmente a decisão final de realizar uma incursão de proporções intensas, o que desafiaria uma série de alertas do presidente Joe Biden. Além disso, sugeriram que o governo israelense não fez preparativos suficientes – tais como fornecimento de alimentos, higiene e abrigo – para retirar os civis palestinos de Rafah antes de começar a ofensiva.

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    Crise humanitária

    Na semana passada, o exército israelense intensificou bombardeios e outras operações em Rafah. Em paralelo, ordenaram que a população deixasse partes da cidade. As autoridades estimam que cerca de 500 mil pessoas já fugiram, embora os habitantes locais digam que não têm outro lugar seguro para onde ir.

    Os combates em Rafah impossibilitaram o acesso de grupos de ajuda humanitária ao enclave. Um dos parceiros da ONG ActionAid na cidade interrompeu suas operações, alertando que seus funcionários enfrentam um nível de perigo “sem precedentes”, o que tornou seu trabalho “impossível”.

    A instituição de caridade afirmou também que “praticamente nenhuma ajuda” humanitária entrou em Gaza nos últimos dias, aprofundando a crise de fome em todo o enclave.

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    Rejeição internacional

    Os Estados Unidos, que forneceram apoio militar e diplomático crucial a Israel durante a guerra em Gaza, aumentaram o tom com o aliado no Oriente Médio na última semana. Washington alertou que, caso haja uma invasão em grande escala em Rafah, vai interromper parcialmente o fornecimento de armas ofensivas.

    A Corte Internacional de Justiça (CIJ), tribunal das Nações Unidas em Haia, afirmou nesta terça que realizará audiências na quinta e sexta-feira para discutir mais novas medidas de emergência contra Israel devido aos ataques a Rafah.

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