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Canadá pede que cidadãos deixem o Líbano ‘enquanto podem’

Ministra das Relações Exteriores cita situação 'volátil e imprevisível' no país devido ao perigo de guerra total entre Israel e a facção libanesa Hezbollah

Por Amanda Péchy 25 jun 2024, 13h10

A ministra das Relações Exteriores do Canadá, Mélanie Joly, emitiu uma declaração nesta terça-feira, 25, instando que os cidadãos do país deixem o Líbano “enquanto podem”. A nova orientação do governo canadense veio dois dias depois do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, dizer que a “fase intensa” da guerra em Gaza está quase no fim, permitindo que as forças se desloquem para a fronteira norte para enfrentar a facção libanesa Hezbollah, aliada do grupo terrorista Hamas.

“A situação de segurança no Líbano está se tornando cada vez mais volátil e imprevisível devido à violência contínua e crescente entre o Hezbollah e Israel, e pode deteriorar-se ainda mais sem aviso prévio”, disse Joly. “Não é hora de viajar para o Líbano. E para os canadenses que estão atualmente no Líbano, é hora de partir, enquanto os voos comerciais continuam disponíveis.”

Saída em massa

A chanceler canadense afirmou ainda que, caso o conflito na fronteira entre os territórios libanês e israelense se intensificar, isso pode reduzir a capacidade do governo de fornecer serviços consulares em ambos países. Atualmente, o Canadá não oferece fugas assistidas para canadenses no Líbano, portanto operações como essa não são garantidas.

No entanto, no final de semana, o Canal 12, principal emissora de TV de Israel, informou que o Canadá estava preparando uma suposta evacuação em massa dos seus cidadãos do Líbano caso ecloda uma guerra em grande escala entre Israel e o Hezbollah.

A reportagem citou uma conversa entre Joly e o ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz. Segundo o Canal 12, a conversa foi tensa e que Joly disse a Katz que os militares canadenses estavam traçando planos para retirar cerca de 45 mil pessoas do Líbano. Não houve declaração conjunta após a reunião, mas Katz fez uma postagem no X, antigo Twitter, que sugeriu uma possível escalada do conflito na fronteira norte.

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“Israel não pode permitir que a organização terrorista Hezbollah continue a atacar o seu território e os seus cidadãos, e em breve tomaremos as decisões necessárias. O mundo livre deve apoiar incondicionalmente Israel na sua guerra contra o eixo do mal liderado pelo Irã e pelo Islã extremista”, declarou o chanceler israelense.

“Múltiplas frentes”

No domingo 23, Netanyahu disse na primeira entrevista à imprensa israelense desde o início da guerra em Gaza que a “fase intensa” das batalhas contra o Hamas em Gaza está quase no fim. Segundo ele, a operação em Rafah, cidade no sul do enclave que foi abrigo para quase 1,5 milhões de palestinos deslocados por ataques em outros cantos, “será concluída em breve”, o que permitirá que as forças de Israel se desloquem para a fronteira norte com o Líbano para enfrentar o Hezbollah.

Ele sublinhou que “não significa que a guerra esteja prestes a terminar”, e voltou a dizer que as hostilidades só vão cessar quando o Hamas for “completamente eliminado”. Abordando a escalada das tensões com o Hezbollah, que suscitou receios de uma guerra regional mais ampla, ele declarou: “Podemos lutar em várias frentes e estamos preparados para isso”.

O Hezbollah tem lançado mísseis, foguetes e drones no norte de Israel em apoio ao Hamas desde o dia seguinte aos ataques de 7 de outubro, que desencadearam a guerra em Gaza.

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