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Calor recorde e incêndios: o impacto do aquecimento global em 2022

Quem diria que os sempre fartamente nevados Alpes Suíços iriam registrar taxa inédita de derretimento?

Por Vitória Barreto Atualizado em 4 jun 2024, 10h57 - Publicado em 23 dez 2022, 06h00
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  • Não, a cena ao lado não é montagem, mas um de vários exemplos visíveis de como o aquecimento global vem se pronunciando como nunca antes. O calor recorde que assolou o Reino Unido no verão de 2022 sacudiu até centenários ritos reais, como o dos soldados que guardam, paralisados e silenciosamente, o Palácio de Buckingham, em Londres. Com temperaturas que fizeram ferver pistas de aeroporto e trilhos de metrô, um zeloso funcionário precisou apaziguar a fervura — que, no caso deles, menos habituados, castiga mais — com uma mundana garrafinha de água. E foi assim, lotando praias e se refrescando em fontes seculares, que os europeus tentaram aliviar a canícula que resultou na pior seca registrada no continente em 500 anos. Na Itália, onde não se viu sinal de chuva por mais de 200 dias, trechos do Rio Pó, ao norte, evaporaram, e a colheita despencou 45%, fazendo faltar, pecado dos pecados, risoto, azeitona e vinho à mesa. Enquanto isso, as chamas engoliam florestas na França, na Espanha e em Portugal, deixando um rastro de centenas de mortes.

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    Outros eventos climáticos de fúria atípica — enchentes devastadoras no Paquistão, um supertufão nas Filipinas e um de cada cinco americanos vivendo em áreas sob risco de calor excessivo — fazem refletir sobre a urgência de a humanidade dar uma reviravolta no modo como cuida do planeta. A inédita sequência simultânea de episódios não é fruto de coincidência, mas da progressiva elevação da temperatura na Terra. Para reverter a escalada dos termômetros — que cravaram os oito anos mais quentes da história —, o IPCC, painel global das mudanças climáticas da ONU, recomenda a redução de emissões de gases do efeito estufa ao ritmo anual de 7%, quando o que se vê é um avanço de 2%. Nesta era dos extremos, algumas das geleiras que integram o Patrimônio Mundial por sua beleza estão se dissipando e metade corre o risco de desaparecer do globo até 2100. Quem diria que os sempre fartamente nevados Alpes Suíços iriam registrar taxa inédita de derretimento, comprometendo a brancura que sempre fez a festa de esquiadores? Mais um insólito e contundente retrato que convida à ação.

    Publicado em VEJA de 28 de dezembro de 2022, edição nº 2821

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