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Buenos Aires é blindada para o G20

Com ruas e bairros inteiros bloqueados, encontro prejudicará a locomoção dos portenhos e será alvo de manifestações

Por Da Redação
Atualizado em 29 nov 2018, 17h43 - Publicado em 29 nov 2018, 11h43

A capital argentina amanheceu blindada para a reunião de cúpula do G20. No centro de Buenos Aires, onde ficam os hotéis de luxo e as embaixadas, barreiras foram montadas nas ruas, interrompendo o trânsito. O transporte público deixará de funcionar normalmente nesta quinta-feira, 29, à tarde.

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, decretou feriado amanhã, 30, quando começa a reunião. Encontro vai até sábado, dia 1º, e deve trazer grandes prejuízos para a locomoção dos portenhos.

É a primeira vez que os líderes das 20 maiores economias do mundo se reúnem na América do Sul. Participam do G20 os sete países mais ricos (G7), 13 economias emergentes (entre elas, a China, a Rússia, a Índia e o Brasil), e a União Europeia (UE), além de representantes de organizações multilaterais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.

Segurança

A Argentina mobilizou 25.000 agentes para proteger as delegações da ameaça de atentados e de protestos violentos, como os da última cúpula, na Alemanha, que deixaram dezenas de pessoas e policiais feridos.

Além disso, as delegações dos países participantes levarão membros de suas próprias forças de segurança para reforçar a missão de proteger os mais de 10.000 convidados da cúpula.

Oficiais da Prefeitura Naval (Guarda Costeira) protegem a embaixada da Arábia Saudita em Buenos Aires, Argentina – 28/11/2018 (Agustin Marcarian/Reuters)

Segundo o jornal Clarín, a agência de inteligência argentina AFI coordenou os esforços de segurança com seus colegas da CIA e do FBI. Diretores do órgão também viajaram para outras partes do mundo para se reunirem com os responsáveis pela proteção dos líderes convidados.

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Restrição de voos e de trânsito

Buenos Aires, uma cidade de 3 milhões de habitantes e 200 quilômetros quadrados, terá seis zonas com diferentes graus de restrições de segurança durante o evento.

A sede desta edição será o centro de convenções Costa Salguero, no bairro de Palermo, em torno do qual terá um raio de 45 quilômetros com restrição de voos, além do bloqueio de muitas das principais vias da cidade. Diante de tantas interdições, os portenhos devem enfrentar dificuldades de locomoção.

Os aviões que levarão os chefes de Estado e de Governo pousarão no Aeroparque Jorge Newbery, a menos de 3 quilômetros da sede da reunião de cúpula, e os aeroportos El Palomar, Morón e San Fernando suspenderão suas atividades. Os terminais de Ezeiza serão os únicos a manter o serviço comercial de passageiros.

Polícia Federal instala cercas ao longo da Avenida 9 de Julio- 28/11/2018 (Martin Bernetti/AFP)

As restrições em torno do centro de convenções e dos hotéis e embaixadas onde os líderes mundiais ficarão hospedados também devem prejudicar o trânsito de veículos da cidade.

Algumas das zonas centrais de Buenos Aires ficarão totalmente interditadas a partir das 21h do horário local desta quinta-feira até às 22h de sábado. É o caso dos bairros de Palermo, onde fica a sede da ruenião cúpula, do chamado Micocentro, onde está localizada a Casa Rosada e o principal centro comercial da capital, e do luxuoso Puerto Madero, que abriga sedes de grandes multinacionais.

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A Avenida 9 de Julio, a mais famosa de Buenos Aires, ficará interditada durante alguns períodos desta quinta-feira e por todo o final de semana. Os corredores de ônibus que passam por esta via e outras de grande circulação ficarão paralisados.

Além disso, o corredor de Costanera Norte, que vai desde do bairro da Recoleta até a Cidade Universitária, passando por Palermo e Constituición, onde está a maior estação ferroviária da cidade, também serão isolados.

Os outros espaços de restrição absoluta estão localizados em torno do Teatro Colón, no centro da cidade, onde na sexta-feira (30) se dará o jantar de gala para os chefes de governo, e perto do Centro Cultural Kirchner, também no centro histórico. No sábado, o presidente argentino, Mauricio Macri, e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, terão um encontro bilateral nesse local.

Manifestações

Para limitar os deslocamentos dos habitantes, foi decretado feriado na capital argentina na sexta-feira (29). Para este mesmo dia, movimentos sociais convocaram uma manifestação contrária ao encontro do G20, que percorrerá as avenidas 9 de Julio e De Mayo, com destino à Praça dos Dois Congressos.

Nos últimos dias, diversos protestos de menor porte foram realizados pela cidade. Os manifestantes mostram sua indignação com a realização da reunião de cúpula durante um momento de grave crise fiscal na Argentina.

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Também protestam contra o empréstimo recebido pelo governo Macri de 57,1 bilhões de dólares do Fundo Monetário Internacional (FMI). Para validar o acordo com o Fundo, o presidente argentino tem aplicado fortes políticas de austeridade, que incomodam a população.

Polícia Federal instala cercas ao longo da Avenida 9 de Julio, no centro de Buenos Aires, antes do início da reunião de cúpula do G20 – 28/11/2018 (Martin Bernetti/AFP)

O líder social argentino Juan Grabois promete uma “mobilização pacífica e em massa” na sexta-feira. À frente do Movimento dos Trabalhadores Excluídos (MTE) e da Confederação de Trabalhadores da Economia Popular (CTEP), Grabois defende os argentinos mais pobres, para os quais pede “terra, teto e trabalho”.

Hospitais preparados

De acordo com o Clarín, o Ministério da Saúde de Buenos Aires alertou diversos hospitais da cidade para que estejam preparados para receber muitos pacientes em caso de uma emergência.

Ao menos 8 centros médicos foram instruídos a postergar cirurgias de menor gravidade para deixar o maior número de leitos livres possível.

Líderes participantes e imprensa

Participam do encontro os principais nomes do cenário político e econômico internacional, como os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, da China, Xi Jinping, da Rússia, Vladimir Putin, da França, Emannuel Macron, da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, da Coreia do Sul, Moon Jae-in, e da África do Sul, Cyrill Ramphosa.

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Estarão presentes ainda a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e os primeiros-ministros da Itália, Giuseppe Conte; do Canadá, Justin Trudeau; do Reino Unido, Theresa May; do Japão, Shinzo Abe; da Índia, Narendra Modi, entre outros.

O presidente Michel Temer embarca hoje às 17h para Buenos Aires. Ele chega próximo das 19h ao local. O presidente em exercício do país será o deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), que preside a Câmara. Para o Brasil, as prioridades no encontro do G20 serão as discussões do comércio internacional, das mudanças climáticas e do futuro do trabalho.

Além dos líderes internacionais, a reunião de cúpula também deve reunir cerca de 3.000 jornalistas credenciados de ao menos 46 países.

De acordo com a chancelaria argentina, os principais países a credenciar repórteres foram, além da Argentina, Estados Unidos (503), China (194), Rússia (175) e Japão (142). O Brasil terá por volta de 65 representantes da imprensa cobrindo o evento.

(Com Agência Brasil e EFE)

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