O secretário das Relações Exteriores do Reino Unido, Jeremy Hunt, afirmou que seria um “suicídio político” para o país buscar uma separação da União Europeia (UE) sem um acordo.
Com sua declaração, Hunt se tornou a figura mais graduada entre as que almejam suceder à primeira-ministra Theresa May a descartar a opção de um Brexit sem pacto.
Os comentários também o colocam em choque com a maioria dos outros candidatos a premiê, inclusive o favorito na corrida, o ex-prefeito de Londres Boris Johnson. O político o antecedeu como chanceler e disse que o Reino Unido deveria sair da UE com ou sem um acordo até o fim de outubro.
May anunciou sua renúncia depois de fracassar diversas vezes em obter a aprovação do Parlamento ao seu pacto de ruptura com a UE. A saída da premiê desencadeará uma disputa sucessória dentro de seu Partido Conservador nas próximas semanas.
Essa disputa pode determinar como e até se a nação deixará a UE ou se terá uma nova eleição nacional com seus principais partidos políticos divididos e abalados pelo Brexit.
Retratando-se como um contraste a Johnson e outros que insistem que sair do bloco sem um acordo deve continuar sendo uma opção, Hunt disse que tal medida seria barrada pelos parlamentares e provocaria uma eleição nacional.
“Tentar uma saída sem acordo por meio de uma eleição geral não é a solução, é suicídio político”, escreveu Hunt em um artigo publicado na edição desta terça-feira, 28, do Daily Telegraph. “Um acordo diferente é, portanto, a única solução – e o que buscarei ser for líder”.
Pelas regras partidárias para a escolha de um novo líder, os parlamentares conservadores selecionarão uma lista final de candidatos e os submeterão ao crivo dos correligionários em uma votação.
O partido está profundamente dividido sobre o Brexit. Muitos de seus parlamentares se opõem a uma saída sem acordo, o que empresários dizem que seria catastrófico para a economia britânica. Alguns membros mais radicais da legenda, contudo, estão dispostos a apoiar tal opção.
O Partido Conservador teve um desempenho desastroso nas eleições para o Parlamento Europeu realizadas no fim de semana, perdendo a maior parte do apoio para o Partido do Brexit, que liderou a eleição pedindo uma desfiliação sem acordo rápida da UE.
(Com Reuters)