Em declaração conjunta, 18 países pediram nesta quinta-feira, 25, para que o grupo palestino radical Hamas liberte reféns que estão em cativeiro desde 7 de outubro, como caminho para encerrar a guerra com Israel. A declaração conjunta é assinada por Alemanha, Argentina, Áustria, Brasil, Bulgária, Canadá, Colômbia, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, França, Hungria, Polônia, Portugal, Romênia, Reino Unido, Sérvia e Tailândia.
“Apelamos pela libertação imediata de todos os reféns do Hamas, que se encontram detidos em Gaza há mais de 200 dias”, diz o documento. “Entre eles estão os nossos próprios cidadãos. O destino dos reféns e da população em Gaza, que estão protegidos pelo direito internacional, é motivo de preocupação internacional”.
Ainda no texto, os signatários destacam que “o acordo sobre a mesa para a libertação dos reféns permitiria um cessar-fogo imediato e prolongado em Gaza, o que facilitaria o envio de assistência humanitária adicional necessária a toda a Faixa de Gaza e conduziria ao fim crível das hostilidades”. Dessa forma, “os habitantes de Gaza poderiam regressar a suas casas e a suas terras, com preparativos prévios para garantir abrigo e provisões humanitárias”.
O documento também apoia “firmemente os esforços de mediação em curso”, de forma a permitir que os civis retornem para casa e que sejam concentrados “esforços em trazer paz e estabilidade à região. A carta é emitida um dia após os militantes divulgaram um novo vídeo com o israelense-americano Hersh Goldberg-Polin, de 23 anos, sequestrado na rave Universo Paralello. Ele aparece com o cabelo raspado, barba e o braço esquerdo amputado.
“Saí em busca de entretenimento com meus amigos. Em vez disso, me vi lutando para sobreviver com ferimentos graves por todo o corpo”, relembrou, mostrando o braço amputado. No vídeo de quase três minutos, ele pede que o governo israelense auxilie na soltura dos reféns.
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Sem chance
O líder sênior do Hamas, Sami Abu Zuhri, afirmou à agência de notícias Reuters que a declaração não influenciaria os planos do grupo. Ele acrescentou que “a bola agora está no campo americano”, instando os EUA a convencerem Israel — a quem o presidente Joe Biden estendeu “apoio sólido como uma rocha e inabalável” após os ataques de 7 de outubro — pelo fim da agressão à Faixa de Gaza.
Mais de 34 mil palestinos e 1.200 israelenses foram mortos desde a eclosão do conflito, há seis meses. Estados Unidos, Catar e Egito pressionam por um pacto que permita a libertação dos cativos e um novo cessar-fogo. Mas o porta-voz de Israel, David Mencer, disse nesta quinta-feira que o Hamas se afastou “de qualquer acordo potencial, apesar de Israel ter realmente feito esforços extremos para tentar levar o nosso povo para casa”. A última e única pausa nas hostilidades, realizada entre novembro e dezembro do ano passado, permitiu a soltura de 105 cativos pelo Hamas e por 240 palestinos detidos em prisões israelenses.