O presidente da Argentina, Mauricio Macri, pediu nesta terça-feira em Brasília que o Mercosul se aproxime da Aliança do Pacífico, e em particular do México, um país sobre o qual afirmou que “começa a olhar para o sul com mais decisão”. Em discurso junto ao presidente brasileiro, Michel Temer, e em uma aparente alusão ao protecionismo impulsionado pelo governo do americano Donald Trump, Macri disse que “frente a tantas dúvidas no mundo hoje”, o Mercosul e toda América Latina devem buscar novos horizontes comerciais.
“Que 2017 seja um ano de inflexão positiva para esta aliança estratégica” entre Brasil e Argentina, declarou Macri, que convidou Temer a “serem aliados e encarar juntos esta agenda”, que passa pelo “fortalecimento interno do Mercosul e suas relações com o mundo”.
Macri chegou ao Palácio do Planalto às 11h03 e foi recebido na rampa presidencial pelo presidente Michel Temer e pelo ministro das Relações Exteriores, José Serra. Em meio a um impasse em torno do novo regime de autopeças argentino, os dois chefes de Estado fizeram uma reunião. Na sequência, Temer e Macri seguiram para o Palácio do Itamaraty, onde seria oferecido um almoço ao presidente argentino.
Uma nova lei argentina incentiva a indústria automobilística a comprar autopeças produzidas no país. Os fabricantes de veículos na Argentina que tenham, no mínimo, 30% de conteúdo nacional, serão beneficiados por uma redução de impostos. O Brasil quer que suas autopeças sejam consideradas “nacionais” pelos argentinos.
Em sua primeira viagem internacional como presidente, em setembro passado, Michel Temer foi a Buenos Aires e pediu a Macri que adiasse a implementação das regras, no que foi atendido. Agora, porém, negociadores dizem que eles estão dispostos a implementá-la, apesar das pressões brasileiras em contrário. Nenhum dos chefes de Estado disseram algo sobre o impasse das autopeças
(Com agência Reuters e Estadão Conteúdo)