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Brasil cai 10 posições em ranking da paz mundial

Conflito político nas eleições de 2018 está entre os motivos para a piora no desempenho brasileiro; Afeganistão é o último colocado

Por Da Redação
Atualizado em 12 jun 2019, 14h35 - Publicado em 12 jun 2019, 13h49

O Instituto para Economia e Paz divulgou nesta terça-feira, 12, o Ranking de Paz Mundial 2019 (Global Peace Index 2019), que avalia anualmente 193 países e territórios independentes de acordo com seu nível de pacifismo. O Brasil caiu 10 posições na lista geral, piorando seu desempenho em nove dos dez indicadores utilizados, atrás de países como Cuba, Ruanda e Serra Leoa.

O GPI, realizado pela organização australiana, é considerado a medida mais confiável da paz global. Seu relatório traz a análise mais ampla sobre o assunto até o momento, levando em conta a contribuição de baixos índices de violência para a economia, as tendências dos próximos anos e os planos de desenvolvimento social.

Na avaliação separada por regiões, o país da América do Sul mais bem avaliado é o Chile, na 27ª posição do ranking geral, enquanto o pior colocado é a Venezuela, na 144ª posição.

O Brasil está em nono lugar entre os onze estados sul-americanos, na 85ª posição geral, atrás de vizinhos como Bolívia e Paraguai. O país registrou a quinta maior queda entre todos os avaliados em 2018. No subcontinente, apenas Colômbia, Uruguai e Chile conseguiram algum progresso no último ano.

Entre os indicadores estudados estão a militarização dos países, os conflitos internos e externos em curso, o impacto do terrorismo no território, a taxa de encarceramento e homicídios, os crimes violentos e a evasão de refugiados, e o acesso a armas.

Na América do Sul, o fator mais relevante é segurança e seguridade social, já que a região é a única do mundo que não participa diretamente de nenhuma guerra, com exceção da batalha contra as drogas. A melhora geral nesta categoria foi motivada pela redução das taxas de homicídio no Uruguai, Equador, Argentina e Guiana, segundo o GPI. Venezuela e Colômbia também tiveram reduções, mas continuam entre os dez países com as maiores taxas de assassinatos no mundo.

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Entre os 193 avaliados, o líder do ranking é a Islândia. Nova Zelândia, Portugal, Áustria e Dinamarca completam o top 5, em grande parte europeu. Já na parte de baixo da tabela, o Afeganistão foi considerado o Estado mais inseguro do mundo, acompanhado por Síria, Sudão do Sul, Iêmen e Iraque.

Terrorismo

Apesar da melhora em outros índices, todos os países sul-americanos continuam na parte de baixo do ranking sobre encarceramento, e o impacto do terrorismo aumentou em seis nações da região: Colômbia, Brasil, Peru, Venezuela, Equador e, especialmente, na Bolívia.

Segundo a definição utilizada pelo GPI, incidentes terroristas são “atos intencionais de violência ou ameaça violenta cometidos por um ator não-estatal.”

Neste caso, os ônibus incendiados nos ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC) à Natal, capital do Rio Grande do Norte, em junho de 2018, teriam contado negativamente para a pontuação final do país no ranking, assim como o massacre na escola de Suzano, em março deste ano.

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O deslocamento de população e a instabilidade política também aumentaram significativamente na região, motivados principalmente pela situação da Venezuela, onde, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 4 milhões de pessoas fugiram da crise econômica e social.

Desde janeiro, depois de anos de hiperinflação e cortes, a legitimidade do ditador chavista Nicolás Maduro vem sendo diretamente desafiada pelo autoproclamado presidente interino Juan Guaidó. Apesar do apoio de mais de 50 países, o líder da oposição não conseguiu depor Maduro, que conta com o apoio dos militares, agravando a crise local e pressionando a fronteira dos países vizinhos, principalmente a Colômbia, com um grande fluxo de migrantes.

Apesar dos fatores negativos, a América do Sul ainda tem uma performance acima da média no índice de militarização e conflitos em andamento, com este último tendo uma pequena piora no último ano pela violência e agitação política do Brasil.

“A intensidade do conflito interno cresceu junto com a retórica entre o direitista Partido Social Liberal, do presidente Jair Bolsonaro, e o esquerdista Partido dos Trabalhadores. Enquanto isso, conflitos entre organizações criminosas rivais levaram à intensificação da violência ligada ao tráfico de drogas. O desafio da América do Sul é manter seu progresso conquistado com suor enquanto evita mais deteriorações na Venezuela e no Brasil”, descreve o relatório.

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