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Brasil assume segurança de embaixada da Argentina em Caracas e Milei agradece

Complexo diplomático abriga asilados políticos da oposição ao regime Maduro; colaboração ocorre em meio a rusgas entre Lula e o homólogo argentino

Por Amanda Péchy
Atualizado em 1 ago 2024, 12h16 - Publicado em 1 ago 2024, 09h08
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  • O Brasil assumiu a proteção e segurança da embaixada da Argentina em Caracas, onde se encontram seis asilados políticos da oposição procurados pelo regime de Nicolás Maduro, afirmou a líder oposicionista venezuelana María Corina Machado na madrugada desta quinta-feira, dia 1º. Buenos Aires não reconheceu a reeleição do presidente bolivariano, que retaliou exigindo que toda equipe diplomática argentina deixe o país. Desde segunda-feira, houve relatos de carros da Guarda Nacional cercando o complexo.

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    “A partir deste momento e a pedido do governo argentino, a República Federativa do Brasil se encarregará da custódia das instalações da missão argentina em Caracas”, anunciou o Ministério das Relações Exteriores portenho nesta manhã.

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    A medida é significativa por dois motivos. Em primeiro lugar, a colaboração entre o Planalto e a Casa Rosada é uma surpresa em um momento no qual as rusgas entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Javier Milei empurraram as relações entre os vizinhos para um dos níveis mais baixos da história. Em segundo lugar, devido aos constantes esforços de Brasília em manter-se em diálogo com o regime de Maduro, apesar de ter evitado, até agora, reconhecer sua vitória nas eleições do último domingo, 28.

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    Nesta quinta, Milei agradeceu ao Brasil pela iniciativa, falando dos laços “históricos” entre os países, afirmando que foi oportuna no momento em que a representação diplomática argentina é obrigada a deixar a Venezuela.

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    “Hoje o pessoal diplomático argentino teve que deixar a Venezuela em retaliação do ditador Maduro pela nossa condenação da fraude que perpetraram no domingo passado. Aprecio muito a disposição do Brasil em assumir a custódia da Embaixada da Argentina na Venezuela”, disse ele. “Não tenho dúvidas de que em breve reabriremos a nossa Embaixada numa Venezuela livre e democrática.”

    Ele acrescentou que Caracas deve respeitar as disposições da Convenção de Viena sobre relações diplomáticas e sobre relações consulares, que protegem embaixadas como territórios em que as forças políticas, policiais e militares do país onde estão instaladas não têm autoridade.

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    A colaboração foi anunciada por María Corina no X, antigo Twitter, plataforma que ela tem usado para se comunicar com a população e convocar atos em meio à contestação dos resultados oficiais do órgão eleitoral venezuelano, o CNE. Na postagem da madrugada desta quinta-feira, ela também agradeceu ao Brasil pelo apoio a um “processo de negociação construtivo”.

    “Agradecemos ao governo do Brasil pela disposição em assumir a representação diplomática e consular da República Argentina na Venezuela, e a proteção de sua sede e residência, bem como a integridade física de nossos colegas asilados na referida residência. Isto poderia contribuir para o avanço de um processo de negociação construtivo e eficaz como o que o Brasil tem apoiado”, disse a líder da oposição.

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    Corina venceu as primárias da oposição com mais de 93% dos votos no ano passado, mas teve a candidatura presidencial inabilitada pelo regime chavista, sob acusações nunca comprovadas de irregularidades financeiras. Em seu lugar, concorreu o desconhecido diplomata Edmundo González Urrutia, que, segundo projeções da oposição e levantamentos independentes, venceu o pleito com mais de 65% dos votos, contra cerca de 30% de Maduro.

    Asilados na embaixada

    Os seis asilados que receberam proteção da gestão do ultraliberal Milei fazem parte da campanha de González e Corina. São encarregados de comunicação e de política internacional, entre outros temas.

    “A custódia da sede diplomática (pelo Brasil) envolve os requerentes de asilo político da oposição venezuelana, que estão sob proteção na residência argentina em Caracas desde 20 de março passado e foram impedidos de deixar o país junto com os funcionários da embaixada devido ao descumprimento do governo da República Bolivariana da Convenção de Caracas sobre Relações Diplomáticas Asilo”, destacou o Ministério das Relações Exteriores portenho.

    São eles Magalli Meda, a chefe do bloco; Claudia Macero, jornalista responsável pela comunicação nacional; Pedro Urruchurtu, coordenador de relações internacionais; Omar González, chefe de campanha do estado de Anzoátegui; e Humberto Villalobos, responsável pela logística eleitoral. Todos têm contra si ordens de prisão por “ações violentas”, “terrorismo” e “desestabilização” do país.

    Os seis estão há mais de 100 dias na embaixada, que, segundo regras internacionais, é território neutro que não pode ser invadido por forças de segurança. Na terça-feira, a oposição denunciou uma tentativa de invasão, enquanto no dia seguinte comunicou que a eletricidade do complexo diplomático foi cortada e que não havia acesso à internet.

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