O primeiro-ministro britânico Boris Johnson se mostrou aberto à possibilidade de que pubs e restaurantes exijam de seus clientes um certificado de vacinação contra a Covid-19 ou teste negativo recente, durante sessão parlamentar no Palácio de Westminster, em Londres, nesta quarta-feira, 24. Ele, no entanto, deu a entender que a decisão não deverá ser obrigatória e caberá aos donos dos estabelecimentos.
O Reino Unido é o país europeu com maior índice de vacinação da população: cerca de 30 milhões de britânicos (41% da população) já receberam ao menos uma dose, segundo dados da plataforma Our World in Data, da Universidade de Oxford. Com isso, crescem os apelos pela reabertura da economia, incluindo os famosos bares locais.
Em seu discurso, Johnson afirmou que “o conceito básico de uma certificação de vacina não deveria ser totalmente estranho para nós” e que tem “pensado profundamente sobre o assunto”. O premiê disse notar uma “grande sabedoria no sentimento do público sobre isso”, mas que, em estabelecimentos de lazer, a tendência é que a decisão caiba aos proprietários.
No mês passado, em outra discussão sobre medidas restritivas, Johnson havia se mostrado contrário à exigência de comprovante de vacinação em pubs. O tema é motivo de grande debate. O deputado conservador Steve Baker chamou a ideia de “armadilha medonha” e foi acompanhado pelo presidente da entidade British Pub Confederation, Greg Mulholland.
“É simplesmente inaceitável que o governo abdique de sua responsabilidade e peça que os pubs façam um julgamento moral”, afirmou Mulholland ao tabloide The Sun. “Os pubs já não poderão abrir com qualquer tipo de normalidade até junho. Ter de contratar uma equipe extra para checar os comprovantes de vacina é absurdo.”
De acordo com os planos atuais, pubs e restaurantes do Reino Unido devem reabrir suas áreas externas em 12 de abril, enquanto a atividade nas áreas internas só serão normalizadas em 17 de maio, mesmo data prevista para o retorno dos eventos esportivos com público liberado de até 10.000 pessoas. A expectativa do governo é vacinar o maior número de pessoas até junho e permitir a presença de 90.000 torcedores na final da Eurocopa, no Estádio de Wembley.