Bolsonaro sobre UE-Mercosul: ‘um dos acordos mais importantes’ da história
Ministério da Economia estima que pacto permitirá a expansão de 87,5 bilhões de dólares no PIB brasileiro em quinze anos
O presidente Jair Bolsonaro comemorou nesta sexta-feira, 28, o fechamento de um acordo comercial entre União Europeia (UE) e Mercosul. Para o presidente brasileiro, esse será um dos pactos “mais importantes de todos os tempos” e “trará benefícios enormes para nossa economia”.
“Juntos, Mercosul e UE representam 1/4 da economia mundial e agora os produtores brasileiros terão acesso a esse enorme mercado”, afirmou Bolsonaro no Twitter. “Histórico”, escreveu ainda.
Ao final de 22 anos de negociação, o acordo de livre-comércio entre os dois blocos foi concluído nesta sexta em Bruxelas. Trata-se do mais ambicioso tratado comercial fechado pelo bloco sul-americano, com potencial de alavancar o comércio de produtos do agronegócio do Mercosul e de bens industrializados europeus.
Uma vez firmado, o acordo terá de ser ratificado pelos legislativos dos 27 sócios da União Europeia e dos quatro sócios do Mercosul.
A rodada final desta semana, em Bruxelas, foi comandada pelo lado brasileiro pelos ministros Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, e Tereza Cristina, da Agricultura, e pelo secretário especial de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Marcos Troyjo. No entanto, foi o Ministério da Economia quem divulgou nota à imprensa sobre a conclusão das negociações.
Segundo a pasta, o acordo permitirá a expansão de 87,5 bilhões de dólares no produto interno bruto (PIB) brasileiro em quinze anos. Considerando a redução esperada das barreiras não tarifárias e o aumento da produtividade dos fatores dos setores produtos do país, esse ganho poderá chegar a 125 bilhões de dólares.
O Ministério estima a elevação de 113 bilhões de dólares nos investimentos no Brasil, e o comércio entre Brasil e União Europeia deverá alcançar 100 bilhões de dólares em 2035.
O acordo abrange ainda os setores de serviços, proteção de investimentos e compras governamentais de lado a lado. No caso do comércio de bens, a maioria será beneficiada pela adoção de tarifa zero de importação. Os setores mais sensíveis dos dois blocos terão as tarifas reduzidas ao longo do tempo. Os produtos agrícolas do Mercosul, em especial as carnes, terão as importações regidas por cotas da União Europeia.
“O acordo é um marco histórico no relacionamento entre o Mercosul e a União Europeia, que representam, juntos, cerca de 25% do PIB mundial e um mercado de 780 milhões de pessoas”, informou o Ministério da Economia por meio de nota. “Em momento de tensões e incertezas no comércio internacional, a conclusão do acordo ressalta o compromisso dos dois blocos com a abertura econômica e o fortalecimento das condições de competitividade. ”