Namorados: Assine Digital Completo por 1,99

Bolsonaro se encontra com Xi Jinping sem levar tradutor próprio

Conversas com autoridades de Pequim foram traduzidas do português para o mandarim somente por profissionais do governo chinês

Por Denise Chrispim Marin 1 nov 2019, 13h26

Não são poucos os diplomatas que lamentam o amadorismo dos tempos atuais no Itamaraty. Dentre os muitos exemplos a citar está o fato de o presidente Jair Bolsonaro ter se apresentado aos encontros oficiais com o líder chinês, Xi Jinping, e outras autoridades de Pequim sem levar consigo um intérprete confiável de mandarim-português. O Itamaraty permitiu que as conversas fossem traduzidas apenas por profissionais chineses.

O fato não tira o mérito dons bons resultados da visita oficial à China, como as parcerias em prol do salto de produtividade do campo e o interesse chinês em criar parques agroindustriais no Brasil. É difícil pensar, porém, que intérpretes a serviço do governo chinês não tenham atuado como filtros adicionais a qualquer ruído na conversa. Não deixa de ser uma atitude simplória depender do tradutor do interlocutor, em vez de levar um profissional da confiança do Planalto, e ignorar os intérpretes residentes no Brasil.

Responsável pela contratação dos intérpretes que servem ao presidente da República, o Itamaraty contratou para essa viagem Diana Zhang e a Estela Qi para atuarem nos eventos brasileiros, como a visita de Bolsonaro à Muralha da China e o jantar que lhe foi oferecido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Bolsonaro se encontra com Xi Jinping sem levar tradutor próprio
A tradutora do governo chinês e os presidentes Xi (centro) e Bolsonaro caminham para o local da fotografia oficial da visita: amadorismo – 25/10/2019 (Isac Nóbrega/PR/Divulgação)

A regra de carregar um intérprete tem sido cumprida à risca nas últimas décadas nas viagens internacionais dos presidentes da República. Sérgio Ferreira, intérprete de inglês e espanhol de Luiz Inácio Lula da Silva, chegava a mimetizar-se com o então presidente. Em algumas situações, como nos encontros de Lula com George W. Bush, acudia também o colega americano. Mesmo Fernando Henrique Cardoso, fluente em espanhol, inglês e francês, carregava consigo o próprio tradutor. Podia até dispensá-lo do trabalho, mas o tinha ali à disposição.

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

OFERTA RELÂMPAGO

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 1,99/mês*

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai a partir de R$ 7,48)
A partir de 29,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$ 1,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.