O presidente da Bolívia, Luis Arce, trocou o comando das Forças Armadas em meio à tentativa de golpe de Estado em curso no país. O novo chefe militar ordenou que as tropas que tomaram a Praça Murillo, onde fica a sede do governo, retornem para os quartéis.
Nesta tarde, membros das Forças Armadas da Bolívia tomaram a Praça Murillo, em La Paz, e um veículo blindado avançou pela entrada do Palácio Presidencial, seguido por soldados comandados por um general destituído na terça-feira, de acordo com informações da agência de notícias Reuters.
Nas redes sociais, Arce denunciou um possível golpe militar. “Denunciamos mobilizações irregulares de algumas unidades do Exército Boliviano. A democracia deve ser respeitada”, disse ele em sua conta no X, antigo Twitter.
Em discurso à TV local, o general Juan José Zúñiga, destituído do cargo de chefe do Exército na terça-feira, disse que “os três chefes das Forças Armadas vieram expressar a nossa consternação. Haverá um novo gabinete de ministros, certamente as coisas vão mudar, mas o nosso país não pode continuar assim”.
Segundo ele, a “mobilização de todas as unidades militares” busca expressar descontentamento “com a situação do país”, alertando que não permitiria uma possível nova candidatura do ex-presidente Evo Morales em 2025.
“Uma elite tomou conta do país, vândalos que destruíram o país”, disse Zúñiga na Plaza Murillo, em frente ao Palácio do Governo. “As Forças Armadas pretendem reestruturar a democracia para que seja uma verdadeira democracia, não de donos que já estão no poder há 30 e 40 anos”.
Os militares montaram barricadas para impedir que as pessoas chegassem à Praça Murillo em resposta ao apelo presidencial. Ao mesmo tempo, lançaram gás contra a população que se manifestava contra eles.