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Bielorrússia: Novos protestos contra Lukashenko, que se aproxima de Putin

Por telefone, o presidente reeleito afirmou ao líder russo que as manifestações são uma 'agressão contra seu país e toda a região'

Por AFP
15 ago 2020, 14h40

Milhares de manifestantes se reuniram novamente neste sábado, 15, na Bielorrússia para protestar contra a reeleição do presidente Alexander Lukashenko. As pessoas seguiram em direção à estação de metrô de Pushkinskaya, zona oeste da capital Minsk, para prestar homenagem a um manifestante que morreu perto do local durante os protestos de segunda-feira passada.

Lukashenko teve uma conversa telefônica com Vladimir Putin na qual abordou os acontecimentos, que considera uma “agressão contra seu país e toda a região”. O presidente bielorrusso afirma que o seu país enfrenta uma “revolução colorida” – nome dado a várias revoltas registradas em países da ex-União Soviética nos últimos 20 anos – com “elementos de interferência externa”.

O Kremlin afirmou que está “confiante” em uma solução rápida dos problemas em Belarus, segundo um comunicado divulgado pela presidência russa após a conversa entre os dois líderes.

Lukashenko disse que ele e Putin concordaram com a necessidade de seguir fortalecendo as relações entre os dois países e rejeitou a possibilidade de mediação estrangeira. “Não precisamos de nenhum governo estrangeiro, de nenhum mediador”, afirmou Lukashenko, segundo a agência Belta.

Durante a semana, Letônia, Lituânia e Polônia apresentaram a proposta de um plano de mediação que previa a criação de um “conselho nacional” para resolver a crise política em curso. “Sem querer ofender os governantes destas repúblicas, gostaria de dizer que devem tratar de seus assuntos”, afirmou o presidente.

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Muitos Estados ocidentais condenaram a violência e denunciaram uma fraude eleitoral. Na sexta-feira, a União Europeia (UE) aprovou sanções às autoridades bielorrussas vinculadas à repressão e às fraudes.

Ao contrário das manifestações do início da semana, violentamente reprimidas, as ações de quinta-feira e sexta-feira aconteceram sem confrontos ou detenções em larga escala. As autoridades, que parecem dar sinais de recuo, anunciaram a libertação de mais de 2.000 das 6.700 pessoas detidas durante as manifestações.

Alguns manifestantes que foram liberados denunciaram torturas durante a detenção. Eles afirmaram que não tiveram acesso a água e comida, que foram agredidos e queimados com cigarros. Além disso, dezenas de pessoas foram colocadas em celas com capacidade para quatro ou seis detentos.

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Lukashenko pediu na sexta-feira uma “certa moderação” em relação aos manifestantes, que nos dias anteriores ele descreveu como “ovelhas” que precisavam “voltar a colocar os cérebros no lugar”.

Depois de acusar o regime de cometer um “massacre”, Tikhanovskaya, que reivindica a vitória na eleição de 9 de agosto, anunciou a criação de um comitê para organizar a transferência de poder e pediu um diálogo com as autoridades.

 

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