Bielorrússia envia caça para interceptar avião onde opositor viajava
Governo de Alexandr Lukashenko justificou a medida alegando que havia uma bomba a bordo, mas nada foi encontrado
O presidente da Bielorrússia, Aleksandr Lukashenko, ordenou que um caça interceptasse um avião comercial da companhia Ryanair, que cruzava o espaço aéreo do país, para prender um jornalista que faz oposição ao governo. A aeronave foi obrigada a pousar no aeroporto da capital Minsk, onde Roman Protasevich, 26 anos, foi detido.
O voo da Ryanair havia partido de Atenas, na Grécia, em direção a Vinius, na Lituânia. Em comunicado, a companhia disse que o governo justificou o audacioso ato como sendo necessário para conter “uma potencial ameaça à segurança a bordo”. A medida esta sendo comparada com um sequestro e deixou as autoridades europeias perplexas.
No últimos meses, Lukashenko, o último ditador do velho continente, têm enfrentado protestos internos, mas conta com o apoio do presidente Russo, Vladimir Putin, e tem dado declarações afirmando que está preparado para tomar medidas extremas para reprimir a dissidência.
O jornalista Protasevich é um dos principais opositores do regime da Bielo-Rússia. Ele ajudou a fundar o canal NEXTA Telegram, um dos veículos de oposição mais populares do país e um dos poucos meios de difusão de informação não oficial que restou após os protestos em torno das eleições em 2020. A maioria das organizações de mídia independentes no país foi forçada a fechar por ordem do governo.
Nos últimos anos, Protasevich viveu na Lituânia no exílio, temendo ser preso em seu país natal, onde é acusado de incitar ao ódio e desordem em massa. Em novembro, o principal serviço de segurança do país, ainda chamado de KGB, o colocou em uma lista de terroristas. Ele pode pegar mais de 12 anos de prisão se for condenado. Após sua prisão, o acesso de Protasevich ao canal Telegram foi revogado para impedir que os dados dos 256 mil assinantes não caíssem nas mãos de policiais bielorrussos.
O jornalista retornava de uma conferência econômica com o líder da oposição bielorrussa Svetlana Tikhanovskaya, disseram autoridades gregas ao jornal The New York Times.
Oficiamente, o governo divulgou que enviou o jato de combate MiG-29 para companhar o avião da Ryanair após uma ameaça de bomba. Mas,nenhum artefato foi encontrado a bordo. Após cerca de sete horas no solo, o Boeing 737-800 decolou para seu destino final e pousou em segurança.
“Nada desfavorável foi encontrado”, afirmou a Ryanair, uma popular companhia aérea de baixo custo, em nota.
A Organização de Aviação Civil Internacional, uma agência das Nações Unidas, disse que a “aparente aterrissagem forçada” do vôo pode ter violado a Convenção de Chicago, o acordo de 1944 que estabeleceu os princípios básicos da aviação internacional.
O governo da Lituânia emitiu seu próprio comunicado, dizendo: “É um ataque sem precedentes contra a comunidade internacional: um avião civil e seus passageiros foram sequestrados pela força militar”.
(Com informações do The New York Times)
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