O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, classificou como “episódio ruim” o fraco desempenho no primeiro debate presidencial contra Donald Trump, promovido pela CNN na última semana. Em entrevista ao canal ABC News nesta sexta-feira, 5, o democrata disse que “estava exausto” na ocasião.
Questionado se a atuação poderia demonstrar um sinal para uma condição mais séria de saúde, como chegou a sugerir a ex-presidente da Câmara americana e aliada de Biden, Nancy Pelosi, ele negou. “Foi um episódio ruim. Nenhuma indicação de qualquer condição séria. Eu estava exausto. Não dei ouvidos aos meus instintos em termos de preparação e… uma noite ruim”, afirmou.
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O presidente norte-americano também disse que ele é o único culpado pelo o que aconteceu. “Eu estava doente. Eu estava me sentindo péssimo. Na verdade, eu perguntei para os médicos que estavam comigo se eles fizeram um teste de covid porque eles estavam tentando descobrir o que estava errado”, salientou Biden.
“Eles fizeram um teste para ver se eu tinha ou não alguma infecção, você sabe, um vírus. Eu não tinha. Eu só estava com um resfriado muito forte”, acrescentou, reiterando que “se preparou” e que a culpa era apenas dele e de mais ninguém. “Eu só tive uma noite ruim”, disse.
Biden também disse ser o mais qualificado para derrotar Trump e que apenas o “Senhor Todo-Poderoso” poderia convencê-lo a renunciar da corrida presidencial.
“Vou vencer de novo”
Desde o debate, setores da imprensa dos Estados Unidos e apoiadores iniciaram uma campanha para que ele desista da corrida. Segundo pesquisas, ele foi derrotado para Trump na ocasião. Apesar disso, o político de 81 anos tem reiterado que não vai desistir. Antes da entrevista, durante um comício no estado de Wisconsin, Biden ressaltou que segue no páreo. “Eu estou na corrida, eu vou vencer de novo, eu venci em 2020 e vamos vencer de novo em 2024”, afirmou.
Ele também renovou as críticas contra Trump, a quem definiu como “o maior mentiroso e a maior ameaça para nossa democracia”, e destacou que o rival é um “criminoso condenado”, em referência ao caso de pagamento de suborno à ex-atriz pornô Stormy Daniels. Em maio, o ex-presidente foi considerado culpado de 34 acusações de falsificação de registros comerciais — uma espécie de maquiagem financeira para esconder as transferências a Daniels, com objetivo de evitar que viesse à tona um caso extraconjugal de 2006.
Além disso, o democrata criticou a recente decisão da Suprema Corte dos EUA de que ex-presidentes têm direito a uma imunidade parcial contra processos criminais, tornando improvável que os julgamentos contra o republicano por tentar anular o resultado das eleições de 2020 sejam concluídos antes das votações de novembro. Segundo Biden, a determinação sugere que os líderes americanos “estão agora acima da lei” e abre um “precedente perigoso, principalmente se Trump for reeleito”.