Menos de um mês após ser flagrado pedindo para apalpar uma voluntária em frente aos escombros de um trágico terremoto, o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, afirmou que jamais cometeu uma gafe. Em entrevista à rede de TV CNN, o premiê põe a culpa nos jornais e ainda diz que seu trabalho é um fardo.
Berlusconi concedeu a entrevista de mais de uma hora a partir de sua residência oficial em Roma, no Palácio Grazioli. “Nunca cometi gafes; nem sequer uma”, negou o primeiro-ministro, acrescentando que todos os deslizes atribuídos a ele são “inventados pelos jornais”. Quanto a sua função, qualificou-a como um sacrifício: “Tenho que admitir que eu não gosto”.
Ele disse ainda que só permanece no cargo por ser o único capaz de manter a centro-direita unida – na opinião dele. “No lado oposto, na esquerda, não há um líder confiável e respeitável, então acho que essa é uma cruz que eu tenho que carregar e eu a carregarei com sacrifício por um tempo até o surgimento de pessoas capazes que me permitam sair para ser um avô, o que eu gostaria muito de fazer”.
Durante a entrevista, Berlusconi também tocou em questões polêmicas, como Guantánamo, mostrando disposição da Itália em receber prisioneiros, embora não tenha precisado o número. “Se pudermos fazer um favor para o povo americano e para o governo dos Estados Unidos, certamente faremos”, revelou. “Não podemos esperar que eles lutem por todos nós sem contrapartida: o terrorismo é um fenômeno que afeta a todos”.