Belarus recebe enviado de Caracas em meio a especulações sobre refúgio a Maduro
Ditador venezuelano teria dito a Donald Trump que deixaria o país caso recebesse proteção diplomática e anistia completa
O líder de Belarus, Alexander Lukashenko, realizou nesta quinta-feira, 11, seu segundo encontro em duas semanas com o embaixador venezuelano em Moscou, em meio a especulações de que caso o ditador Nicolás Maduro seja pressionado a deixar o poder, ele e sua família possam receber refúgio em Minsk. A reunião diplomática ocorreu em um momento de crescente pressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o regime em Caracas.
Lukashenko recebeu o embaixador Jesús Rafael Salazar Velázquez pela primeira vez em 25 de novembro. Na época, segundo a agência de notícias estatal bielorrussa Belta, o líder da nação no Leste Europeu teria dito que Maduro era sempre bem-vindo em Belarus e que era hora de ele fazer uma visita.
Nesta quinta, a Belta voltou a informar que Lukashenko teve um novo encontro com o diplomata. Em comunicado, Lukashenko listou uma série de acordos que os dois teriam feito na última visita.
“Concordamos que você deveria coordenar certos assuntos com a liderança venezuelana, com Nicolás Maduro. Concordamos que, após a resolução de certas questões, você encontraria tempo para vir até mim e nos encontrarmos novamente para que pudéssemos tomar a decisão apropriada, que está dentro de nossa competência. E, se necessário, envolveremos o presidente da Venezuela”, escreveu em nota.
O significado desses encontros não está claro, mas as especulações sobre a concessão de refúgio continuam. Segundo apuração da agência de notícias Reuters, Maduro disse ao presidente Donald Trump em um telefonema em 21 de novembro que estava pronto para deixar a Venezuela, desde que ele e sua família recebessem anistia legal completa.
Cerco a Maduro
O governo Trump não reconhece Maduro, no poder desde 2013, como presidente legítimo da Venezuela. O ditador alegou ter vencido a reeleição no ano passado, mas não apresentou evidências dos resultados, o que levou os Estados Unidos, a União Europeia e uma série de nações latino-americanas a considerarem o pleito fraudulento. Observadores independentes indicaram que a oposição venceu de forma esmagadora.
Nos últimos meses, Trump intensificou a pressão sobre Caracas, principalmente com uma mobilização militar sem precedentes no Caribe. Em entrevista ao portal de notícias americano Politico nesta semana, ele afirmou que os “dias de Maduro estão contados”, recusando-se, porém, a dizer se estaria disposto a enviar soldados para invadir a Venezuela.
Lukashenko mantém relações amistosas com Maduro e também iniciou, neste ano, um diálogo com Washington, após anos sendo ignorado e isolado devido ao manchado histórico no campo dos direitos humanos e ao apoio à Rússia na guerra na Ucrânia (seu país, que compartilha fronteira com ucranianos e russos, foi plataforma de lançamento para a invasão). Trump começou a flexibilizar as sanções americanas contra Belarus e, no mês passado, nomeou um enviado especial, John Coale, para conduzir novas negociações com Lukashenko sobre a libertação de presos políticos.
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