Bangladesh: 40 mil famílias de rohingyas estão vulneráveis
Agência de refugiados da ONU revela que mais de um terço dos rohingyas que fugiram da violência em Mianmar "precisam de assistência específica e imediata"
Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 20h03 - Publicado em 7 nov 2017, 18h54
Nasir Ahmed, um refugiado Rohingya chora quando segura seu filho de 40 dias, que morreu quando um barco virou na margem de Shah Porir Dwip enquanto atravessava a fronteira de Myanmar para Bangladesh, em Teknaf - 14/09/2017 (Mohammad Ponir Hossain/Reuters)
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1/15 O refugiado rohingya Rahim Ullah, 5, é fotografado enquanto chora na fila para receber alimento no centro de distribuição Palongkhali, no acampamento de Cox's Bazar, no Bangladesh - 07/11/2017 (Navesh Chitrakar/Reuters)
2/15 Hosne Ara, um rohingya de 4 anos, refugiado a 2 meses é fotografado no centro para crianças no campo de refugiados de Kutupalong, perto de Cox's Bazar, no Bangladesh - 06/11/2017 (Hannah McKay/Reuters)
3/15 A idosa Boduuzzol Kharun, 97, é carregada por membros da sua família depois de atravessar a fronteira Bangladesh-Mianmar, em Teknaf, Bangladesh - 25/10/2017 (Adnan Abidi/Reuters)
4/15 Um refugiado rohingya é fotografado deitado em seu abrigo no acampamento de Kutupalong, no Bangladesh - 20/10/2017 (Zohra Bensemra/Reuters)
5/15 Refugiados Rohingya chegam ao lado bengali do rio Naf depois de atravessar a fronteira de Myanmar, em Palang Khali, Bangladesh - 16/10/2017 (Jorge Silva/Reuters)
6/15 O fotógrafo Cathal McNaughton capta o olhar de um refugiado rohingya no acampamento Cox's bazar, em Bangladesh, enquanto espera receber ajuda - 27/09/2017 (Cathal McNaughton/Reuters)
7/15 Uma criança rohingya é fotografada rastejando sobre a terra no acampamento de refugiados Cox's Bazar, em Bangladesh - 21/09/2017 (Cathal McNaughton/Reuters)
8/15 Refugiados rohingyas que deixaram Myanmar se abrigam em um campo na cidade de Cox Bazar, em Bangladesh - 19/09/2017 (Cathal McNaughton/Reuters)
9/15 Refugiados Rohingya se abrigam da chuva em um acampamento em Cox's Bazar, Bangladesh - 17/09/2017 (Cathal McNaughton/Reuters)
10/15 Refugiados rohingya disputam espaço para conseguir comida em Tankhali, Bangladesh. Cerca de 400 mil refugiados rohingya fugiram para Bangladesh desde o final de agosto durante o surto de violência no estado de Rakhine, em Mianmar - 15/09/2017 (Paula Bronstein/Getty Images)
11/15 Nasir Ahmed, um refugiado Rohingya chora quando segura seu filho de 40 dias, que morreu quando um barco virou na margem de Shah Porir Dwip enquanto atravessava a fronteira de Myanmar para Bangladesh, em Teknaf - 14/09/2017 (Mohammad Ponir Hossain/Reuters)
12/15 Homem rohingya toma banho ao lado de fora de seu abrigo, em um campo de refugiados em Bangladesh - 13/09/2017 (Danish Siddiqui/Reuters)
13/15 Mulçumanos rohingyas caminham sobre um canal em um campo de refugiados, em Bangladesh - 13/09/2017 (Danish Siddiqui/Reuters)
14/15 Refugiadas rohingya descansam na praia após cruzar fronteira entre Mianmar e Bangladesh - 10/09/2017 (Danish Siddiqui/Reuters)
15/15 Refugiado rohingya carrega uma criança até a costa após atravessar a fronteira entre Bangladesh e Myanmar de barco pela Baía de Bengala em Shah Porir Dwip, no Bangladesh - 10/09/2017 (Danish Siddiqui/Reuters)
Uma de cada três famílias de refugiados rohingyas em Bangladesh se encontra em situação de vulnerabilidade e “precisa de assistência específica e imediata”, alertou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) nesta terça-feira. A agência chegou a esta conclusão ao terminar a primeira fase do levantamento dos refugiados da etnia: 120.284 famílias, que reúnem 517.643 pessoas, revelou em entrevista coletiva a porta-voz da agência, Duniya Aslam Khan.
O estudo, realizado pela Acnur e a Comissão para a Libertação e Divisão de Refugiados de Bangladesh, teve como foco o campo de Kutupalong e proximidades, além de acampamentos improvisados em Balu Khali. A análise também concluiu que 72% dos refugiados chegaram ao país depois do início da onda de violência em Mianmar contra a minoria muçulmana.
Entre as famílias consideradas vulneráveis, 14% são compostas por mães solteiras e seus filhos, segundo informações divulgadas pela porta-voz. Também existe uma quantidade expressiva de idosos e crianças desacompanhadas, algumas delas incumbidas de cuidar dos irmãos menores. De acordo com o Acnur, 54% dos refugiados são menores de idade.
A violência explodiu em 25 de agosto, quando os rebeldes do Exército de Salvação Rohingya de Arakan (ARSA, na sigla em inglês), que afirmam defender a minoria muçulmana, atacaram dezenas de delegacias de polícia. O Exército birmanês reagiu com uma grande operação em Rakhine, área pobre e remota do país, o que obrigou a fuga de dezenas de milhares de pessoas. Segundo Zeid Ra’ad al Hussein, diretor da Acnur, os episódios de violência poderiam configurar “limpeza étnica”. Os ataques “possivelmente equivalem a crimes contra a humanidade”, disse Hussein.
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Conselho de Segurança
Na segunda-feira, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou de forma unânime uma declaração condenando veementemente a violência contra os rohingya, na qual cobra que o governo de Mianmar “garanta que não haja o uso excessivo da força militar em Rakhine” e respeite os direitos humanos. De acordo com o jornal Washington Post, a China, país que tem poder de veto no Conselho de Segurança, e é aliada a Mianmar, se opôs a uma resolução mais contundente.
“Trata-se de uma mensagem forte e unanime para acabar com a limpeza étnica que acontece diante dos nossos olhos em Mianmar”, disse o embaixador francês na ONU, Fracois Delattre. O diplomata, ao lado de seu par britânico no órgão, Jonathan Allen, classificou a onda de violência contra os rohingyas como “uma das piores crises humanitárias de nossos tempos”.
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