Banco do Brasil vai financiar exportações para Argentina, diz Haddad
Em Buenos Aires, ministro ministro acrescentou que haverá garantias soberanas dos dois países, junto à criação de um fundo garantidor para alongar prazos
Após uma tarde de diálogos com empresários e autoridades argentinas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira, 23, que o Banco do Brasil irá financiar exportações para a Argentina.
“Temos uma equipe dedicada a encontrar uma forma que dê garantias não apenas para os exportadores, mas também para o Brasil e para o Banco do Brasil em particular, que vai financiar exportações por emissão de carta de crédito”, disse o ministro, acrescentando que haverá garantias soberanas dos dois países, junto à criação de um fundo garantidor para alongar prazos.
Segundo Haddad, “o Banco do Brasil não vai tomar risco nenhum nessa operação de crédito para exportação”.
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“Nós vamos ter um fundo garantidor soberano, que vai garantir as cartas de créditos emitidas pelo Banco do Brasil para exportadores brasileiros”, afirmou. “Nem o banco argentino que estiver financiando o importador, nem o Banco do Brasil que estiver garantindo exportador, estão envolvidos no risco”.
Já na Argentina, o ministro da Economia, Sergio Massa, afirmou que o Banco de La Nación irá garantir as operações.
“Enquanto o Banco do Brasil assume compromisso com empresas brasileiras, o Banco de La Nación assume o compromisso com empresas argentinas”, resumiu.
Durante conferência à imprensa, em Buenos Aires, Haddad esclareceu que o fundo garantidor será responsável por assumir o risco de convertibilidade do peso para real, mas que não se trata de uma moeda única. O tema é parte central de conversas entre os países e foi abordado durante conferência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva junto ao argentino Alberto Fernández.
Mais cedo nesta segunda-feira, Lula defendeu a criação de uma moeda unificada no Mercosul, proposta do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e preliminarmente chamada de “sur”.
“Brasil e Argentina já fizeram uma pequena experiência de fazer negócios com a moeda cada um do seu país. Se não me falha a memória, foi em 2008. Os argentinos poderiam comprar pagando em peso, e os brasileiros em real. Foi uma experiência muito tímida porque não era uma decisão impositiva, era optativo”, disse Lula.
Segundo ele, os ministros da Fazenda dos respectivos países, cada um com sua equipe, farão uma proposta de comércio exterior e de transações bilaterais usando uma moeda comum, a” ser construída com muito debate e muitas reuniões”.
“O novo sempre traz estranheza. Mas isso precisa ser testado”, afirmou.