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Autor de massacre na Nova Zelândia foi denunciado por ameaças em 2016

Na época, a polícia australiana aconselhou ao denunciante que bloqueasse o supremacista do Facebook e não fizeram uma declaração formal

Por EFE 10 abr 2019, 01h23

O autor do massacre supremacista ocorrido em março na Nova Zelândia, Brenton Tarrant, foi denunciado em 2016 por uma ameaça de morte através do Facebook, onde a polícia aconselhou ao denunciante que o bloqueasse na rede social, informaram nesta quarta-feira (data local) os veículos de imprensa locais.

A emissora australiana ABC publicou um print da conversa, em agosto de 2016, entre Tarrant e um homem da cidade de Melbourne, que não quis ser identificado, na qual o autor do atentado, que causou 50 mortos em duas mesquitas da Nova Zelândia, disse: “Se você é marxista, espero que um dia se encontre com a forca”.

A ameaça, na qual Tarrant disse “escolha suas palavras cuidadosamente” e “pense em quem você insulta” aconteceram depois que seu interlocutor criticou o ex-líder da Frente Patriótica Unida (UPF, sigla em inglês) após um protesto contra a imigração organizada por este grupo na cidade de Melbourne.

“Quando você fala contra a UPF, faz isso contra o meu direito de receber meu povo e minha cultura”, disse Tarrant, nessa mensagem do Facebook.

O homem relatou o incidente em setembro de 2016 diante de uma delegacia de polícia de Melbourne, mas de acordo com sua versão, os agentes recomendaram bloquear o australiano de 28 anos das redes sociais e não fizeram uma declaração formal.

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A polícia do estado de Victoria, cuja capital é Melbourne, disse à “ABC” que, com base nas informações fornecidas, não conseguiu identificar a alegada queixa, embora tenha dito que monitora “as pessoas que representam uma ameaça à comunidade”.

A suposta vítima da ameaça de Tarrant disse ter ficado chocada e culpada ao saber que ele era o autor do ataque supremacista na cidade de Christchurch, que matou 50 pessoas e feriu outras 50. “Naquela época eu achava que (eu) era o único em perigo”, admitiu.

Tarrant, que aguarda julgamento em 50 acusações de homicídio e 39 de tentativa de homicídio, não tinha ficha policial, mas após o ataque, descobriram que ele havia viajado para vários países da Ásia e Europa e no ano passado fez uma doação a um grupo de supremacia austríaca.

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O australiano, que transmitiu o ataque por 17 minutos e publicou sua ideologia extremista nas redes sociais, identificou seus alvos dois dias antes e até divulgou a fotografia da mesquita de Al Noor.

Uma comissão oficial da Nova Zelândia investiga o contexto do ataque, incluindo o histórico do agressor, o papel das redes sociais e das agências de inteligência e segurança, que foram criticadas por não impedir o massacre ou monitorar os supremacistas brancos.

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