Ativistas pelos direitos dos animais atacam retrato oficial do rei Charles
Manifestantes usaram imagem de personagem da franquia "Wallace and Gromit" em protesto contra exploração em fazendas
Ativistas pelos direitos dos animais vandalizaram nesta terça-feira, 11, o primeiro retrato oficial do rei Charles III, do Reino Unido, desde que ele se tornou monarca. Como protesto, eles colocaram uma imagem do personagem Wallace, da série de filmes de animação “Wallace and Gromit”, no rosto de Charles, em um protesto contra exploração de animais em fazendas.
Imagens publicadas pelo grupo de campanha Animal Rising mostram dois de seus apoiadores se aproximando do retrato na galeria Philip Mold, em Londres, e sobrepondo o rosto do rei com uma grande imagem da franquia de desenhos animados. Logo abaixo, um balão de fala mostra a frase “Sem queijo, Gromit. Veja toda essa crueldade nas fazendas da RSPCA!”.
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A sigla representa a Sociedade Real para a Prevenção da Crueldade contra os Animais, uma associação britânica apadrinhada por Charles. Procurado pela agência de notícias Reuters, o Palácio de Buckingham disse que não iria se pronunciar por ora.
“Estamos chocados com este vandalismo ao retrato de Sua Majestade o Rei, nosso patrono. Acolhemos com satisfação o escrutínio do nosso trabalho, mas não podemos tolerar qualquer tipo de atividade ilegal”, disse um porta-voz da RSPCA à agência de notícias Reuters.
O ataque é o mais recente de ativistas contra obras de arte no Reino Unido. No mês passado, manifestantes tentaram destruir uma caixa que guardava o texto original da Carta Magna, na Biblioteca Britânica, enquanto outro grupo tentou jogar sopa sobre um quadro de Vincent van Gogh, na Galeria Nacional, no ano passado.
Em nota, a Animal Rising disse que os pôsteres colados poderiam ser facilmente retirados, sem causar danos à pintura, que não contava com um vidro de proteção.
O retrato oficial, apresentado em maio e pintado por Jonathan Yeo, tem sido alvo de críticas, sobretudo pelo excesso de vermelho, comparado pejorativamente ao “sangue colonial” e até ao “Tampax de Camilla”. A VEJA, Yeo reconheceu que alguns dos comentários são engraçados e que não levou para o pessoal.
“As pessoas espelham o que sentem na arte. Se odeiam a monarquia, tendem a enxergar a obra de forma negativa. O vermelho é a cor do uniforme militar do rei, daí ter decidido abusar dele, para além do traje. O que está lá é o meu estilo. Não faria sentido dar ares de passado à tela, fazendo o mesmo retrato clássico de sempre”, disse.