Ativistas mandam balões com músicas de K-pop à Coreia do Norte
Lançamento acontece dias depois de Pyongyang enviar quase mil balões repletos de lixo e fezes em direção ao país vizinho
Um grupo de ativistas sul-coreanos enviou nesta quinta-feira, 6, dez balões com propaganda anti-Coreia do Norte, música K-pop e milhares de dólares em direção a Pyongyang, em resposta aos balões de lixo e fezes enviados pelo país dias antes.
Os desertores norte-coreanos do grupo Movimento Livre da Coreia do Norte (FFNK) afirmaram ter enchido os balões com 200 mil folhetos de oposição ao regime do líder norte-coreano Kim Jong-un, 5 mil pen drives contendo vídeos musicais sul-coreanos e 2 mil notas de um dólar.
“Inimigo do povo, Kim Jong-un enviou sujeira e lixo para o povo sul-coreano, mas nós, os desertores, enviamos verdade e amor aos nossos colegas norte-coreanos!”, escreveram os ativistas em um pôster.
Guerra dos balões
Na semana passada, a Coreia do Norte lançou quase mil balões repletos de lixo, fezes e pontas de cigarro em direção ao seu vizinho do sul como forma de protesto contra envios anteriores de propaganda anti-norte-coreana por grupos de ativistas sul-coreanos.
Apesar de o governo da Coreia do Sul desencorajar essa prática, grupos como o FFNK enviam balões com itens proibidos no Norte há anos. Em 10 de maio, o grupo de ativistas lançou balões com cerca de 2 mil dispositivos USB contendo música K-pop e K-dramas à Coreia do Norte, ação que pode ter estimulado o envio dos balões com fezes.
A Coreia do Norte concordou em parar temporariamente o lançamento de balões após Seul ameaçar retomar as transmissões de propaganda e músicas sul-coreanas através de alto-falantes na fronteira entre os países. No entanto, o envio de novos balões sul-coreanos pode provocar uma resposta do Norte, que já alertou estar preparado para enviar “cem vezes a quantidade de papel higiênico e sujeira” lançada na semana passada, de acordo com a agência de notícias norte-coreana Yonhap.
A “guerra dos balões” aumentou a tensão na Península da Coreia, levando a Coreia do Sul a suspender um pacto militar com o Norte firmado em 2018. A decisão permite que o país retome seus exercícios militares na fronteira e, se necessário, tome “medidas suficientes e imediatas” contra Pyongyang.