Ativistas climáticos pedem renúncia de presidente do Banco Mundial
Pedido ganhou força após David Malpass se recusar a demonstrar preocupação com as mudanças climáticas
O presidente do Banco Mundial, David Malpass, está sendo pressionado por ativistas climáticos a renunciar nesta sexta-feira, 23, após se recusar a declarar sua crença nas mudanças climáticas.
Em evento sobre o clima em Nova York no início da semana, Malpass foi questionado sobre suas opiniões a respeito do assunto e se limitou a responder que “não era um cientista”, portanto, não gostaria de falar mais sobre.
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A postura do presidente irritou os ativistas climáticos, que apontaram ainda a omissão do órgão em firmar uma data para eliminar gradualmente o financiamento de combustíveis fósseis em seu plano climático. A inação do Banco Mundial tem um peso maior à medida que outras instituições financeiras concordaram em fazê-lo até o final deste ano.
Após uma série de críticas, Malpass tentou amenizar a situação, afirmando ser “claro que as emissões de gases de efeito estufa são provenientes de fontes artificiais”. A instituição é considerada um contribuinte fundamental para os países em desenvolvimento, fornecendo empréstimos e doações para que essas nações possam reduzir suas emissões de carbono.
A função de escolher um presidente para o Banco Mundial normalmente pertence aos Estados Unidos, uma vez que o país é sócio majoritário, sendo Malpass escolhido pelo ex-presidente Donald Trump.
Em resposta aos pedidos, o Tesouro americano reafirmou que o órgão deveria ser “um líder global de ambição climática” e garantirá que isso fique claro para a liderança. Até o momento, o banco já forneceu 31,7 bilhões de dólares, o equivalente a 166,4 bilhões de reais, para ajudar a combater as mudanças climáticas, um aumento de 19% em relação a 2021.
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Apesar da polêmica, o Banco Mundial enfatizou sua crença no presidente, afirmando que “sob a liderança de David Malpass, o grupo já dobrou o seu financiamento climático”.