Ataque no Texas que matou 19 crianças poderia ter sido parado em 3 minutos
Avaliação foi feita por diretor do Departamento de Segurança Pública com base na ampla presença de policiais, incluindo oficiais com equipamento antimotim
Há quase um mês, os Estados Unidos passaram por um dos mais marcantes ataques a tiros em sua história. Salvador Ramos, um jovem de 18 anos, entrou em uma escola primária em Uvalde, no Texas, e matou 19 crianças e dois adultos. Agora, novas imagens divulgadas pela imprensa texana revelam que a polícia americana chegou mais cedo ao ataque e com mais poder de fogo do que havia sido informado.
Segundo Steve McCraw, diretor do Departamento de Segurança Pública do Texas, havia força suficiente para impedir o ataque dentro de três minutos. A declaração foi feita a autoridades durante uma audiência de um comitê do Senado estadual.
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Imagens divulgadas por redes de TV, e citadas por McCraw, mostram policiais armados com rifles e escudos antimotim esperando em um corredor durante o tiroteio. A ação dos oficiais foi questionada, e eles foram acusados de não agir rápido o suficiente para impedir que as 21 pessoas fossem mortas. A resposta atrasada tem sido o foco de várias investigações nos níveis estadual e federal.
O Austin American-Statesman e o KVUE, um jornal e um canal de televisão do Texas, que revelaram as imagens, dizem que os documentos mostram que o atirador entrou na escola às 11h33, horário local, e que três minutos depois 11 policiais chegaram. Um policial com um escudo balístico estava no prédio às 11h52. Só às 12h50 que finalmente invadiram a sala de aula onde o atirador estava.
Peter Arredondo, chefe de polícia do distrito da escola de Uvalde, informou que o jovem havia “atirado muito” e que a polícia só tinha pistolas, de acordo com os meios de comunicação dos Estados Unidos. As novas informações mostram que Arredondo também tentou falar com o atirador, perguntando se ele podia ouvi-lo.
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A polícia também esperou a chegada de uma chave mestra para que as portas das salas de aula pudessem ser abertas, embora não tenha sido estabelecido que as portas estavam trancadas. Também estavam disponíveis ferramentas que poderiam ter sido usadas para derrubá-las. Autoridades disseram que a polícia erroneamente pensou que o atirador estava contido e manteve suas posições mesmo depois que mais tiros foram ouvidos de dentro da sala de aula.
Durante a sessão no Senado estadual, McCraw repreendeu de forma enfática a resposta da polícia e chamou de um “fracasso”, que contraria décadas de treinamento. Disse também que o comandante no local “decidiu colocar a vida dos oficiais à frente da vida das crianças” e que “não há como trancar a porta por dentro”.