Autoridades de saúde palestinas afirmaram nesta quinta-feira, 24, que um ataque israelense a uma escola onde pessoas desabrigadas estavam morando no centro de Gaza matou pelo menos 17 pessoas. A maioria das vítimas eram mulheres e crianças, de acordo com o Hospital Awda.
Outras 42 pessoas ficaram feridas no ataque à escola Al-Shuhada, que abrigava refugiados palestinos no Campo de Nuseirat. A guerra deslocou cerca de 90% da população de Gaza, estimada em 2,3 milhões antes da guerra.
O Hospital Awda recebeu as vítimas e afirmou que entre os mortos estavam sete crianças de apenas 11 meses, bem como três mulheres.
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O exército israelense ainda não fez comentários sobre o bombardeio.
Recrudescimento da guerra
Israel realizou vários ataques a escolas transformadas em abrigos nos últimos meses, dizendo que seu alvo são militantes do Hamas escondidos entre civis. Apesar de Tel Aviv falar em investidas de precisão, elas geralmente matam mulheres e crianças.
A guerra eclodiu quando terroristas liderados pelo Hamas invadiram comunidades do sul israelense em 7 de outubro de 2023, matando 1.200 pessoas, a maioria civis, e sequestrando outras 250. Cerca de 100 reféns ainda estão em Gaza, um terço dos quais acredita-se estar morto.
A resposta das Forças de Defesa de Israel (FDI) em Gaza matou mais de 42 mil palestinos, de acordo com o Ministério da Saúde local, que não faz distinção entre civis e terroristas. No entanto, a pasta afirmou que mulheres e crianças representam mais da metade das fatalidades. Já o exército israelense diz que matou mais de 17 mil combatentes do Hamas, sem fornecer evidências.
Meses de negociações de cessar-fogo mediadas pelos Estados Unidos, Egito e Catar não foram capazes de chegar a um acordo. Enquanto isso, a guerra se expandiu para o Líbano, onde Israel lançou uma invasão terrestre há mais de três semanas após trocar disparos com a milícia Hezbollah durante boa parte do último ano.
O Secretário de Estado americano, Antony Blinken, chegou ao Catar nesta quinta-feira como parte de sua 11ª visita à região desde o início da guerra. Os Estados Unidos esperam renovar as negociações depois que as forças israelenses mataram o principal líder do Hamas, Yahya Sinwar, em Gaza na semana passada, mas nenhum dos lados mostrou qualquer sinal de moderação em suas demandas por enquanto.