Uma base militar dos Estados Unidos no Iraque foi alvo de um ataque com foguetes, afirmaram autoridades de Washington nesta terça-feira, 6, deixando ao menos cinco soldados americanos feridos. O episódio ocorreu durante um momento de alta tensão no Oriente Médio, após os assassinatos de oficiais de alta patente dos grupos extremistas Hamas, de Gaza, e Hezbollah, do Líbano, e enquanto Israel se prepara para uma perigosa retaliação devido a esses atos.
De acordo com a agência de notícias Reuters, dois foguetes Katyusha foram disparados contra a base aérea de Ain al-Assad, no oeste iraquiano, na segunda-feira. Uma fonte de segurança do Iraque disse à agência que os foguetes caíram dentro da base. Não ficou claro se o ataque está conectado à promessa de vingança do Irã pelo assassinato do líder do Hamas, Ismail Haniyeh. Ele foi alvo de uma bomba em plena capital, Teerã, após comparecer à posse do novo presidente iraniano como convidado de honra.
Autoridades dos Estados Unidos, em depoimento anônimo à Reuters, afirmaram que um dos americanos ficou gravemente ferido. Já a agência de notícias Associated Press reportou que até sete militares e civis ficaram feridos.
Barril de pólvora
Nesta terça-feira, o Iraque disse que rejeita todas as ações “imprudentes” que tenham como alvo bases iraquianas, missões diplomáticas e postos avançados da coalizão liderada pelos Estados Unidos. A Casa Branca também afirmou que o presidente e a vice-presidente – Joe Biden e Kamala Harris, respectivamente – foram informados sobre o ataque.
Haniyeh, o líder político do grupo palestino Hamas, foi assassinado em Teerã na semana passada. O regime dos aiatolás culpou Israel pelo assassinato e prometeu vingança, que deve vir em forma de ataques contra autoridades políticas ou militares israelenses, ou até mesmo aliados. Embora Tel Aviv não tenha assumido a responsabilidade publicamente, fontes de inteligência americanas confirmaram sua autoria ao jornal americano The New York Times.
A República Islâmica também disse que os Estados Unidos têm responsabilidade pelo assassinato de Haniyeh por causa de seu apoio a Israel durante a guerra em Gaza, travada com o Hamas há dez meses.
Aumentando as tensões, um ataque israelense em Beirute, capital do Líbano, na semana passada também matou Fuad Shukir, o comandante sênior da facção libanesa Hezbollah.
Na segunda-feira 5, o secretário de Defesa americano, Lloyd Austin, e o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, conversaram por telefone e concordaram que os ataques diretos marcaram “uma escalada perigosa” no conflito no Oriente Médio, de acordo com o Pentágono. Após o assassinato de Haniyeh, os Estados Unidos enviaram forças militares adicionais à região, antecipando uma retaliação. Autoridades descreveram a implantação de armas como “defensiva”.
Um aliado raro dos Estados Unidos e do Irã, o Iraque abriga 2.500 soldados americanos e tem grupos de combatentes apoiados pelo regime dos aiatolás ligados às suas forças de segurança. O país tem testemunhado ataques crescentes de retaliação desde que a guerra de Gaza começou em outubro.
Na semana passada, além disso, os Estados Unidos realizaram um ataque no Iraque contra indivíduos que autoridades americanas disseram ser “militantes” se preparando para lançar drones contra suas forças estacionadas no país.