Após nove rodadas de votação ocorridas nesta terça e quarta-feira, a Assembléia Constituinte do Chile escolheu a epidemiologista Maria Elisa Quinteros como nova presidente. Ela foi eleita para substituir a professora e ativista indígena Mapuche Elisa Loncon, atual presidente inaugural do órgão.
A modificação estava prevista nos textos do órgão de 155 membros, eleito no ano passado para substituir a antiga Carta Magna do Chile, feita durante a ditadura de Augusto Pinochet.
A representante da Região do Maule, situada na zona centro-sul do território, faz parte dos Movimentos Sociais Constituintes (MSC). Ela não tem filiação partidária e se tornou a segunda mulher a chefiar o órgão a cargo de elaborar uma nova carta fundamental para o país.
Maria Elisa teve, ao todo, 78 votos necessários para substituir Mapuche no cargo. A vitória de Maria foi notada até pelo novo presidente chileno, Gabriel Boric. “Há momentos em que notícias boas e promissoras surgem de situações difíceis e acredito que esta seja uma delas”, escreveu Boric no Twitter. “Conte comigo Presidente para colaborar 100% com o processo constituinte.”
A assembleia constitucional tem nove meses, com possível prorrogação de três meses, para redigir a nova constituição. Deve então ir a um referendo a ser organizado pelo governo de Boric , que toma posse em 11 de março.
Boric, um ex-líder do movimento estudantil de 35 anos, foi eleito no mês passado depois de derrotar o candidato da extrema direita Jose Antonio Kast por mais de 11 pontos percentuais e será o presidente mais jovem do país.
Embora a constituição do Chile tenha sido mudada nas últimas décadas, ela era amplamente impopular e é considerada uma fonte de desigualdade social. Com a nova constituição, a expectativa é que grandes mudanças sejam feitas no país.