Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Argentina diz não aos acordos externos do Mercosul e se choca com Brasil

Atrito diplomático envolve os futuros acordos com o Canadá, Coreia do Sul, Índia, Singapura e Líbano, mas pode comprometer os já fechados com a UE e a Efta

Por Denise Chrispim Marin Atualizado em 25 abr 2020, 18h28 - Publicado em 25 abr 2020, 17h54
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Brasil e Argentina entraram em choque sobre a aceleração das negociações dos acordos de livre comércio do Mercosul com o Canadá, Singapura, Coreia do Sul, Índia e Líbano. Neste sábado, 25, o Ministério das Relações Exteriores argentino informou, com crítica à forma como o governo brasileiro lida com a pandemia de Covid-19 e a crise econômica, que não participará dessas conversas e apenas acompanhará os próximos passos dos acordos já fechados pelo bloco com a União Europeia e a Associação de Livre Comércio Europeia (Efta, na sigla em inglês). A chanceleria de Buenos Aires agregou serem esses “debates estéreis”.

    A posição argentina foi apresentada durante vídeoconferência na sexta-feira 24 dos coordenadores nacionais dos quatro países do bloco. A aceleração das negociações comerciais do Mercosul é uma das prioridades da política comercial conduzida pelo Ministério da Economia brasileiro. A abertura de mercados para os produtos da região, porém, vem com contrapartidas especialmente nos setores industrial e de serviços que, do ponto de vista do governo de Alberto Fernández, não fazem sentido.

    A Argentina, porém, defendeu a preservação do Mercosul. “(Na videoconferência, a Argentina) argumentou que a integração regional é uma forma de enfrentar a pandemia global e suas consequências econômicas e sociais”, informou a cancilaria por meio de comunicado. “Também indicou que, em sua política interna, a Argentina se previne dos efeitos da pandemia enquanto proteje as empresas, o emprego e a situação das famílias mais humildes. O faz de forma diferente da de alguns parceiros, que planejam a aceleração das tratativas sobre acordos de livre comércio com a Coreia do Sul, Singapura, Líbano, Canadá e Índia”, completou.

    O Itamaraty, responsável pelas negociações comerciais, não se manifestou até o momento. O ministro da Economia, Paulo Guedes, já havia mencionado a possibilidade de o Brasil se enveredar nessas negociações mesmo sem a companhia dos sócios do Mercosul. As regras da união aduaneira, porém, não permitem movimentos individuais. Mesmo se for concedida uma licença pelo bloco para negociações do Brasil, o interesse dos parceiros do outro lado da mesa pode ser prejudicado pela ausência da Argentina, Uruguai e Paraguai. No caso dos acordos já fechados com a União Europeia e a Efta, provavelmente as negociações teriam de voltar ao começo.

    A decisão da Argentina já havia sido antecipada durante a campanha eleitoral de Fernández, em 2019. O cenário econômico argentino, quase em colapso naquela época, piorou ainda mais neste ano com os efeitos da pandemia de Covid-19. O país mantém-se em quarentena restrita, o que tem gerado resultados na contenção do coronavírus. Há 3.607 casos confirmados da doença em seu território e 179 mortes, segundo levantamento da Johns Hopkins University, de Washington. No aspecto econômico, porém, a situação é crítica, com perspectiva de recuo no Produto Interno Bruto (PIB) de 5,7%, inflação acima de 50% ao ano e  desemprego em 11%, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). A instituição também considera impraticável a renegociação da dívida do país.

    Continua após a publicidade

    Embaixador

    O novo atrito entre Brasil e Argentina sobre o futuro do Mercosul surge no momento em que o governo de Fernández concedeu o agrément para o embaixador brasileiro Reinaldo Salgado assumir a representação do Brasil em Buenos Aires. Experiente nas negociações entre os dois países e nas do bloco, Salgado vai substituir Sérgio Danese, designado para a embaixada na Argentina durante o governo de Dilma Rousseff.

    A designação já foi enviada pelo Itamaraty para a Comissão de Relações Exteriores do Senado, onde o diplomata será sabatinado. Sua aprovação para o posto será dada pelo plenário da casa. Atualmente, Salgado é secretário de Negociações Bilaterais na Ásia, Oceania e Rússia

     

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.