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Arábia Saudita bombardeia áreas residenciais da capital do Iêmen

Ofensiva de coalizão liderada pelos sauditas mata seis e fere 57 civis; em três anos e meio de conflito, 10.000 iemenitas foram mortos

Por Da Redação
Atualizado em 16 Maio 2019, 16h18 - Publicado em 16 Maio 2019, 15h14
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  • Pelo menos seis civis morreram e 57 pessoas foram feridas pelos onze ataques aéreos da coalizão militar liderada pela Arábia Saudita em áreas residenciais da capital do Iêmen, Sanaa. Outras oito cidades vizinhas dominadas pelos rebeldes também foram atingidas, segundo a emissora houthi Masirah TV. 

    De acordo com uma testemunha, os ataques em Sanaa começaram por volta das 8h no horário local (2h, em Brasília).  “Os hospitais disseram ter recebido muitas vítimas, feridas e mortas, o que quer dizer que o número será ainda mais alto do que seis”, informou o jornalista iemenita Nasser Arrabyee, em entrevista à Al Jazeera.

    “Áreas residenciais no centro de Sanaa, nas regiões mais povoadas, foram bombardeadas ao acaso e muitas casas foram completamente derrubadas”, concluiu Arrabyee.

    A Masirah TV ainda reproduziu uma declaração do Ministério da Saúde do Iêmen sobre a morte de quatro crianças. Outras 52 pessoas ficaram feridas, incluindo duas enfermeiras russas.

    O governo saudita argumentou as bases militares dos houthis, rebeldes de orientação xiita que lutam para derrubar a administração sunita, estava nessas regiões. Também justificou o bombardeio como resposta a um ataque de drones dos rebeldes contra oleoduto saudita na terça-feira 14.

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    Segundo o ministro de Energia do país, Khalid al-Falih, duas estações de petróleo foram atingidas na ofensiva, causando um incêndio e danos menores à estrutura. Na ocasião, Falih afirmou que os atentados “provaram novamente” a importância de o governo saudita enfrentar organizações terroristas, entre elas as milícias houthi iemenitas, apoiadas pelo Irã.

    O canal saudita Al Arabiya justificou a ação, citando um comunicado da coalizão saudita dizendo que a operação pretendia “neutralizar a habilidade da mílicia houthi de organizar atos de agressão.”

    Os houthis assumiram a autoria dos ataques de terça-feira e disseram que sete drones acertaram os alvos planejados. O oleoduto saudita atacado leva petróleo de campos de extração perto do Golfo Pérsico para um porto no Mar Vermelho, sem passar pelo Estreito de Ormuz, entre o Irã e os Emirados Árabes Unidos.

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    No domingo 12, Riad afirmou que dois de seus navios cargueiros que transportam petróleo sofreram grandes danos, depois de terem sido sabotados perto do estreito. Ainda não está claro se os incidentes estão interligados, mas há preocupações crescentes de que os ataques em instalações de petróleo da Arábia Saudita aumentem as tensões entre o país e o Irã, agravando ainda a situação de aliados iranianos fragilizados, como o Iêmen.

    Guerra no Iêmen

    A Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos ingressaram no conflito entre os houthis e o governo do Iêmen, com ajuda dos Estados Unidos, em 2015. O objetivo da coalizão, que inclui também países como Kuwait, Catar e Bahrein, é reinstalar o governo de Abd-Rabbu Mansour Hadi, ameaçado desde a revolta iemenita, liderada pelos houthis, em 2011.

    Os três anos e meio de embates deixaram quase 10.000 mortos e mais de 56.000 feridos, mas diversas organizações não governamentais (ONGs) acreditam que o balanço real é muito mais elevado.

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    Dados coletados pela emissora Al Jazeera e pelo Projeto de Estatísticas do Iêmen constataram terem ocorrido 18.000 ataques aéreos no país, com pelo menos um terço dos bombardeios em áreas não militares – cerimônias de casamento e funerais, escolas e hospitais, e usinas de eletricidade e de água estão entre os alvos atacados.

    Além disso, a guerra destruiu a economia do país e causou aumento da inflação e desvalorização da moeda local. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 14 milhões de pessoas – metade da população do Iêmen – estão à beira de um surto de fome.

    Cerca de 1,8 milhão de crianças iemenitas estão desnutridas, das quais mais de 400.000 delas estão no estágio mais grave da enfermidade, que as deixa em estado esquelético e correndo risco de morte.

    (com AFP)

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