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Após Trump atropelar Brasil na candidatura ao BID, Ernesto apoia EUA

Ministério das Relações Exteriores disse que "recebeu positivamente" a indicação americana à presidência da instituição, tradicionalmente brasileira

Por Amanda Péchy Atualizado em 4 jun 2024, 14h14 - Publicado em 17 jun 2020, 18h08

O Ministério das Relações Exteriores disse nesta quarta-feira, 17, que o governo “recebeu positivamente” a reivindicação dos Estados Unidos da presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O presidente americano, Donald Trump, decidiu não apoiar a candidatura brasileira nesta terça-feira, quebrando uma tradição de seis décadas em que a instituição é presidida por um latino-americano.

“O Governo brasileiro recebeu positivamente o anúncio do firme comprometimento do governo dos Estados Unidos com o futuro do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) por meio da candidatura norte-americana à presidência da instituição”, comunicou o Ministério das Relações Exteriores, encabeçado por Ernesto Araújo.

O Departamento do Tesouro americano disse que está apoiando Mauricio Claver-Carone, diretor sênior do Conselho de Segurança Nacional para Assuntos do Hemisfério Ocidental, para o cargo que hoje é do colombiano Luis Alberto Moreno. Claver-Carone é um dos elaboradores das políticas mais linha-dura contra o governo de Nicolás Maduro, na Venezuela.

“O Brasil e os Estados Unidos compartilham valores fundamentais, como a defesa da democracia, a liberdade econômica e o Estado de Direito. O Brasil defende uma nova gestão do BID condizente com esses valores”, completou o Ministério das Relações Exteriores.

Expectativas frustradas

O governo de Jair Bolsonaro acreditava que Trump apoiaria Rodrigo Xavier, ex-presidente dos bancos UBS  e Bank of America no Brasil. Ele foi lançado publicamente pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.​ Tradicionalmente, os Estados Unidos abrem mão de indicar o candidato ao comando do BID devido ao fato de o país já ser o maior acionistas do banco. Portanto, a decisão de Trump assinala que a quebra do protocolo se relaciona diretamente com a frustração do plano brasileiro.

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Além do presidente americano não querer defender um candidato pouco conhecido em Washington, como Xavier, também pode haver um custo político em apoiar uma figura muito associada ao próprio Bolsonaro – cuja imagem ficou deteriorada aos olhos estrangeiros, particularmente devido à sua gestão da pandemia de coronavírus.

Na eleição do BID, os Estados Unidos têm 30% dos votos e o Brasil é o segundo maior participante, com 11%. Para vencer, é preciso receber apoio de 15 dos 26 escritórios regionais. O mandato do presidente dura cinco anos e, caso a habitual rotação de países que ainda não presidiram o banco continuasse, candidatos do Brasil ou da Argentina teriam mais chance na disputa deste ano.

Como a Argentina elegeu no ano passado Alberto Fernández, de ideologia de esquerda, o governo Bolsonaro acreditava que poderia conquistar o apoio de Trump.

A história se repete

De maneira semelhante, na última eleição para presidente do BID, os Estados Unidos deixaram o Brasil na mão para apoiar o atual chefe da instituição, Luis Alberto Moreno.

Com 15 votos dos países membros, o colombiano nascido na Filadélfia, foi eleito o presidente do órgão pela primeira vez em 2005. “Candidato dos Estados Unidos”, Moreno venceu o brasileiro João Sayad, vice-presidente do BID e seu mais forte concorrente, com apoio dos americanos, além de Uruguai, México, Belize, Costa Rica, Guatemala, Colômbia e Panamá.

Moreno era embaixador de seu país em Washington e foi reeleito para o cargo em 2010, depois novamente em 2015. Neste ano, entra em vigor uma reforma que proíbe mais de uma reeleição.

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