Perto do aeroporto da cidade de Juliaca, na região sul de Puno, no Peru, manifestantes antigoverno entraram em confronto com a polícia nesta segunda-feira 9 e pelo menos 17 pessoas foram mortas. Após uma curta pausa nos eventos violentos em protestos, o incidente eleva o número total de mortos para quase 40, um mês após o início do movimento devido à deposição e prisão do ex-presidente Pedro Castillo.
Imagens que circulam nas redes sociais mostraram pessoas com ferimentos de balas e nuvens de fumaça pairando entre os manifestantes, enquanto jogavam pedras com estilingues contra a polícia e usavam placas de metal como escudos.
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Os crescentes protestos pedem a renúncia da presidente Dina Boluarte, que era vice de Castillo, o fechamento do Congresso e a libertação do ex-presidente da prisão. Boluarte substituiu o antecessor depois que ele tentou dar um autogolpe, fechando o Congresso e governand0 por decreto, em 7 de dezembro.
Castillo está cumprindo prisão preventiva por 18 meses, acusado de rebelião e liderança de organização criminosa.
Também na segunda-feira, o primeiro-ministro do Peru, Alberto Otárola, defendeu a resposta das forças de segurança, dizendo que “não cessaremos nossa defesa do estado de direito”. Ele afirmou que grupos violentos financiados por “interesses estrangeiros e o dinheiro negro do narcotráfico” estavam tentando “destruir o país”.
Pouco antes da escalada da violência, o governo peruano decidiu proibir a entrada do ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, no país, culpando-o pela crise política em que Lima se encontra. A Superintendência Nacional de Migrações decretou, na segunda-feira, o bloqueio a Morales e outros oito bolivianos.
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O documento alega que os bolivianos “entram no país para realizar atividades de caráter político proselitista, o que constitui uma clara afetação à nossa legislação migratória, à segurança nacional e à ordem interna do Peru”.
Recentemente, soube-se que 12 agentes políticos do ex-presidente boliviano visitaram o Peru quase trinta vezes entre 2021 e 2022. Entre eles estão membros do partido de Morales, o Movimiento al Socialismo (MAS), deputados e ex-funcionários de seu governo e homens de sua confiança.
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A direita peruana comemorou a decisão. Já a esquerda considera que o veto é arbitrário e serve apenas para colocar mais lenha na fogueira. Anahí Durand, ex-Ministra da Mulher, declarou: “Evo Morales é uma figura crucial na América Latina, mas culpá-lo por estar por trás dos protestos e impedir sua entrada no Peru é um absurdo que mostra a ignorância e o desprezo do regime de Boluarte por sua própria Cidade. Fique atento à mobilização e não procure culpados externos”.
O primeiro-ministro Alberto Otárola, que junto com Dina Boluarte e outros ministros está sendo investigado pela Procuradoria pela morte de 28 cidadãos durante os protestos de dezembro, reforçou sua rejeição a Morales: “Ele não voltará a entrar em nosso Peru”.