Após especulações, Sunak rejeita volta do Reino Unido à UE

Após a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sugerir que o Brexit foi um erro que poderia ser “consertado” pelas novas gerações, o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, nesta quarta-feira, 29, negou veementemente uma possível volta do seu país à União Europeia.

O porta-voz oficial do premiê afirmou que o governo não avalia que o longo divórcio do bloco econômico europeu, firmado há três anos, esteja sob qualquer ameaça.

“É através das nossas liberdades do Brexit que estamos, neste momento, considerando como fortalecer ainda mais o nosso sistema de imigração”, afirmou em comunicado, acrescentando que a saída de seu país da União Europeia beneficiou o setor farmacêutico britânico.

“Temos um primeiro-ministro que defendeu o Brexit antes que fosse do interesse da sua carreira fazê-lo, porque ele acredita nele apaixonadamente. Estamos muito focados em fazer disso um sucesso”, concluiu.

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A cutucada de Von der Leyen

A resposta extensa e didática foi motivada por uma declaração de Von der Leyen na noite desta terça-feira 28, em Bruxelas, quando a chefe do executivo da União Europeia declarou que os políticos britânicos haviam “brincado” com a saída do Reino Unido do bloco europeu. Ela afirmou ainda que seria um trabalho para a nova geração de lideranças corrigir essa situação.

“Devo dizer que continuo a dizer aos meus filhos: ‘Você precisa resolver isso. Nós erramos, você tem que consertar.’ Portanto, acho que aqui também a direção da viagem – na minha opinião pessoal – é clara”, afirmou, ao ser questionada sobre um hipotético reatar dos laços entre Londres e Bruxelas.

País dos insatisfeitos

Uma pesquisa divulgada em junho deste ano mostrou que maioria dos britânicos se sente decepcionada com o governo em relação ao processo de divórcio entre o Reino Unido e a União Europeia.

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O censo Public First, realizado pelo centro de pesquisas UK in a Changing Europe, consultou mais de 4 mil britânicos. Os principais resultados foram:

• 18% dos entrevistados (menos de um quinto) disseram que o Brexit correu bem ou muito bem
• 30% dos consultados afirmaram que a separação da União Europeia não correu nem bem, nem mal
• 26% declararam que a medida não correu bem
• 26% alegaram que ainda é cedo demais para avaliar os efeitos do Brexit

Entre os que acreditam que o Brexit não correu bem, a grande maioria culpa os políticos. Nesse grupo, 70% disseram que a saída da União Europeia poderia ter tido mais sucesso caso houvesse sido bem implementada. Quase metade (48%) afirma acreditar que os políticos sequer tentaram realizar o divórcio do bloco de forma positiva.