Após dominar principal estrada, Israel amplia área de evacuação em Rafah
Em nova ofensiva, tropas israelenses fizeram bombardeios e Forças de Defesa pediram deslocamento de população para o oeste da cidade
Um dia depois do avanço de tanques israelenses na principal estrada que divide Rafah e do cerco à metade leste da cidade no sul da Faixa de Gaza, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) ampliaram a área de evacuação na localidade e pediram neste sábado, 11, que os palestinos abandonem a área de Jabalia e seus arredores e se movam para o oeste de Gaza.
Na noite desta sexta-feira, 10, aviões da Força Aérea bombardearam dois locais apontados como envolvidos em operações de lançamento em Rafah. Segundo nota da IDF, após a ofensiva, foram detectadas explosões secundárias, o que indicaria “a presença de meios de combate no seu interior”.
Em sua conta no X, antigo Twitter, o porta-voz da IDF para a imprensa árabe Avichay Adraee afirmou que os militares atuariam com “grande força contra as organizações terroristas na região” e solicitou o deslocamento da população palestina.
“Você está em uma zona de combate perigosa. Todos os que estão nessas áreas expõem-se a si próprios e às suas famílias ao perigo”, escreveu.
A Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos informou que, desde a última segunda-feira, 150 mil pessoas já fugiram de Rafah e que, com a nova ordem de evacuação, ao menos 300 mil pessoas podem ser afetadas pelos novos deslocamentos. A entidade destacou que a população está “procurando por segurança onde não há nenhuma”.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, também usou as redes sociais para se manifestar e classificou a ordem de evacuação como “inaceitável”. Além de clamar pelo cessar-fogo, ele relembrou a importância de Rafah como um ponto de passagem para ajuda humanitária em meio à fome que atinge a região.
Ataques no norte de Gaza
As Forças de Defesa de Israel informaram que, neste sábado, equipes de combate fizeram ataques na região norte de Gaza e encontraram um arsenal com metralhadoras, coletes e granadas de mão.
Em nota, disseram que um membro da organização terrorista Jihad Islâmica, que teria participado do ataque de 7 de outubro do Hamas a Israel que culminou na guerra, foi morto.