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Após dois meses de impasse, Macron nomeia novo primeiro-ministro da França

Presidente francês pede que Michel Barnier forme 'um governo unificador'; coalizão esquerda, que venceu eleição legislativa, teve candidata rejeitada

Por Amanda Péchy Atualizado em 5 set 2024, 08h57 - Publicado em 5 set 2024, 08h40
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  • O presidente da França, Emmanuel Macron, nomeou um novo primeiro-ministro nesta quinta-feira, 5, quase dois meses após as eleições legislativas que transformaram o parlamento. O mandatário escolheu para o cargo Michel Barnier, que foi a principal figura da União Europeia nas negociações com o Reino Unido sobre o Brexit.

    Macron pediu que Barnier “forme um governo unificador ao serviço do país”, uma condição para a indicação.

    “Esta nomeação surge após um ciclo de consultas sem precedentes durante o qual, de acordo com o seu dever constitucional, o presidente garantiu que o primeiro-ministro e o governo vindouro trariam reunir as condições para sermos tão estáveis ​​quanto possível e dar-nos a oportunidade de nos reunirmos o mais amplamente possível”, escreveu o Palácio do Eliseu.

    A declaração acrescentou que a nomeação de Barnier ocorre após “um ciclo de consultas sem precedentes” para escolher uma figura que pudesse formar um governo estável. A coalizão de esquerda que venceu as eleições legislativas de 7 de julho teve sua candidata rejeitada pelo presidente, que não topou negociar com os partidos mais extremistas do grupo.

    Quem é Barnier

    O político de 73 anos é um convicto apoiador da União Europeia e é membro do conservador partido Republicano, que representa a direita tradicional na França. Ele é conhecido no cenário internacional por seu papel na mediação da saída do Reino Unido do bloco europeu, um processo que durou quatro anos.

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    Há 40 anos na política, Barnier ocupou vários cargos ministeriais na França, incluindo as pastas das Relações Exteriores, Agricultura e Meio Ambiente. Ele atuou duas vezes como comissário europeu, bem como conselheiro da chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Em 2021, chegou a anunciar uma candidatura presidencial, mas não conseguiu obter apoio suficiente dentro de seu partido.

    Meses de impasse

    Macron aceitou a renúncia do ex-primeiro-ministro Gabriel Attal, que faz parte de sua coalizão Juntos, e seu governo em julho, depois o grupo centrista foi derrotada no segundo turno das eleições parlamentares da França. Pleito esse que o presidente convocou de maneira antecipada, após seu partido perder de lavada para a extrema direita de Marine Le Pen nas eleições para o Parlamento Europeu em junho, como uma estratégia para conseguir de volta a influência para governar em seu país.

    As chances de Barnier formar um governo estável não são claras. Atualmente, o partido ultradireitista de Le Pen, Reagrupamento Nacional, é uma das maiores forças políticas no parlamento, tendo ficado em segundo lugar na eleição. A legenda sugeriu, anteriormente, que estaria aberta a trabalhar com o ex-negociador do Brexit e não o vetaria imediatamente. Enquanto isso, a coalizão de esquerda, Nova Frente Popular, conta com partidos da extrema esquerda, como o França Insubmissa, de Jean-Luc Mélenchon, que podem ter resistência em trabalhar com os Republicanos conservadores.

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