Após aprovação de lei, juiz autoriza divulgação de arquivos relacionados a cúmplice de Epstein
Ghislaine Maxwell cumpre pena de 20 anos de prisão após condenação em 2021 por tráfico sexual de menores e outros crimes, embora alegue inocência
O juiz distrital dos Estados Unidos, Paul Engelmayer, autorizou nesta terça-feira, 9, o Departamento de Justiça (DOJ, na sigla em inglês) a divulgar documentos do grande júri no caso criminal contra Ghislaine Maxwell, cúmplice de Jeffrey Epstein, bilionário acusado de tráfico sexual de adolescentes que cometeu suicídio na prisão em 2019. A decisão foi fundamentada na Lei de Transparência dos Arquivos Epstein, aprovada pelo Congresso dos EUA em novembro.
Apesar do sinal verde, o juiz de Nova York estabeleceu mecanismos para impedir que a divulgação desses arquivos acabe por revelar a identidade das vítimas ou informações pessoais. Espera-se que sejam divulgados em até dez dias. Outro juiz distrital, Rodney Smith, da Flórida, também emitiu uma decisão na semana passada para liberação de documentos relacionados ao caso.
Maxwell cumpre uma pena de 20 anos de prisão após condenação em 2021 por tráfico sexual de menores e outros crimes, embora alegue inocência. Em julho, a associada de Epstein disse que nunca viu Trump se comportar de forma inadequada.
Epstein conviveu com milionários de Wall Street, membros da realeza (notadamente, o príncipe Andrew) e celebridades antes de se declarar culpado de exploração sexual de menores em 2008. As acusações que o levaram à prisão em 2019 ocorreram mais de uma década após um acordo judicial que o protegia. Ele foi encontrado morto por enforcamento pouco mais de um mês após parar atrás das grades.
+ Câmara dos EUA divulga imagens inéditas de ilha particular de Epstein no Caribe; confira
Caso Epstein
Como promessa de campanha, o presidente Donald Trump disse que liberaria os documentos relacionados ao caso se retornasse à Casa Branca. Em janeiro, quando o republicano publicou arquivos sobre a investigação, um clima de insatisfação tomou conta: as informações divulgadas já eram conhecidas. Pressionado, o presidente dos EUA virou alvo de uma teoria da conspiração dentro da sua base política, a Make America Great Again (MAGA), de que está em uma lista secreta de pessoas que se beneficiavam do esquema de Epstein.
A a relação entre os dois é antiga: eles faziam parte de círculos sociais de elite de Nova York e da Flórida. Em 2002, Trump disse à revista New York que o financista era “fantástico” e “muito divertido de se estar por perto”. Ele também contou que a dupla se conhecia há 15 anos, acrescentando: “Dizem até que ele gosta de mulheres bonitas tanto quanto eu, e muitas delas são do tipo mais jovem”.
Em setembro, os democratas da Câmara divulgaram uma suposta carta de Trump a Epstein. O documento já havia sido publicado pelo jornal americano The Wall Street Journal em julho, mas o republicano negou a veracidade. Tratava-se de um desenho de uma mulher nua com mensagens insinuantes, parte de um álbum de aniversário organizado para o financista em 2003.
Trocas de e-mails tornadas públicas na semana passada também sugerem que Trump não só sabia dos crimes cometidos por Epstein como passou “horas” com uma das vítimas — na edição publicada pelos democratas, o nome dela não aparece, mas outra versão do lote mostra que seria Virginia Giuffre, uma das principais acusadoras do financista, que morreu por suicídio em abril deste ano.
Brasil está próximo de ter ministro de tribunal superior preso, diz senador
Lula ganha um novo presente da direita, mas o futuro indica um desafio quase impossível
Virginia vira piada na Grande Rio ao desfilar colada no professor de samba
O duro recado do autor de PEC que limita mandatos no STF
O pedido de Trump a Lula sobre Maduro, e o ponto ‘altamente improvável’ na versão oficial da conversa







