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Apesar de protestos, EUA avançam com plano para banir TikTok

Ação se dá em meio ao intenso escrutínio de autoridades americanas em relação ao aplicativo de compartilhamento de vídeos e temores com espionagem

Por Da Redação
27 mar 2023, 18h14

Parlamentares dos Estados Unidos afirmaram nesta segunda-feira, 27, que os planos de proibição nacional do TikTok avançam mesmo depois de o chefe da empresa chinesa, Shou Zi Chew, comparecer a um comitê e ser interrogado por cinco horas na quinta-feira, 23, por parlamentares de ambos os partidos. O progresso sobre a possível restrição também acontece apesar de protestos de usuários e de alguns políticos.

Após a audiência, a deputada democrata Alexandria Ocasio-Cortez fez seu primeiro vídeo para a plataforma de vídeos para se manifestar contra a possível proibição, que disse ser sem precedentes. Ao mesmo tempo, milhares de edições que tiravam sarros de momentos da audiência foram feitas, principalmente pelas perguntas “sem sentido” sobre a tecnologia do TikTok.

“Esta é a coisa mais boomer que já vi”, diz uma legenda de um dos vídeos de um membro do Congresso que acusava o TikTok de rastrear a dilatação da pupila dos usuários. O termo “boomer”, no geral, é usado para falar, depreciativamente, de pessoas mais velhas e condescendentes.

A ação se dá em meio ao intenso escrutínio de autoridades americanas em relação ao aplicativo de compartilhamento de vídeos, de propriedade da empresa chinesa ByteDance. Os Estados Unidos acreditam que dados coletados pelo TikTok podem ser enviados para o governo chinês, que poderia usá-los contra os americanos, e, na semana passada, chegou a ameaçar banir a rede social caso ela não se torne independente de sua empresa-mãe.

Com mais de 150 milhões de usuários, o esforço popular para manter o TikTok na ativa destaca uma tensão entre a crescente popularidade do aplicativo e a pressão dos legisladores para bani-lo. Assim, apesar dos protestos, as autoridades parecem estar decididas a restringir a plataforma.

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+ Pressionado nos EUA, TikTok manda influencers protestarem em Washington

O presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Kevin McCarthy, afirmou nodomingo, 26, que os legisladores vão avançar com a legislação para abordar as preocupações de segurança nacional sobre o TikTok. Ele alega que o governo da China teve acesso aos dados do usuário do aplicativo.

Os apelos para proibir a plataforma de vídeos, de propriedade da empresa chinesa ByteDance, ou para aprovar uma legislação bipartidária para dar ao governo de Joe Biden autoridade legal para restrição são crescentes. Recentemente, os dispositivos de propriedade do governo dos EUA foram proibidos de ter o aplicativo instalado.

“A Câmara vai avançar com a legislação para proteger os americanos dos tentáculos tecnológicos da arte comunista chinesa”, escreveu McCarthy no Twitter.

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Na audiência de quinta-feira, o CEO da TikTok foi questionado se o aplicativo espionou os americanos a pedido de Pequim. Na ocasião, Chew respondeu que “não”.

+ Estado americano de Utah limita acesso de adolescentes às redes sociais

Fora da audiência, um grupo de mais de 30 criadores de conteúdo protestou contra a possível proibição. Eles seguravam cartazes que diziam “Mantenha o TikTok”. Além disso, dezenas de influenciadores foram enviados para Washington para participar da campanha a favor da plataforma em frente ao Capitólio.

“É muito preocupante que o CEO do TikTok não possa ser honesto e admitir o que já sabemos ser verdade – a China tem acesso aos dados do usuário do TikTok”, disse o porta-voz de McCarthy no Twitter.

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A empresa diz que gastou mais de US$ 1,5 bilhão em esforços de segurança de dados como parte do acordo apelidado de “Projeto Texas”, que vai encaminhar as informações coletadas pelo TikTok nos EUA para um servidor em solo americano de propriedade e manutenção da gigante do software Oracle. Esse projeto visa aliviar as preocupações dos legisladores realocando todos os dados de usuários dos EUA para centros fora da China.

Apesar do compromisso assumido pelo diretor-executivo, uma lei de inteligência nacional chinesa obriga que empresas locais forneçam dados ao governo em situações que afetem a integridade nacional, o que preocupa autoridades americanas.

No início de março, o Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que Washington está tentando impedir o país de se desenvolver no setor de tecnologia. Em resposta a uma pergunta sobre o TikTok, a porta-voz chinesa Mao Ning afirmou que os EUA querem consolidar sua própria hegemonia e levar o conceito de segurança nacional ao extremo. 

Quão inseguros de si mesmos podem ser os EUA, a maior superpotência do mundo, para temer tanto o aplicativo favorito de um jovem?”, afirmou a porta-voz do governo chinês.

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