A Ucrânia reivindicou nesta segunda-feira, 14, “sucesso parcial” na contraofensiva que busca expulsar tropas russas de regiões ao sul e sudeste do país. Além dos avanços no vilarejo de Staromaiorske, controlado pelos soldados de Moscou, outras duas frentes estariam realizando ataques, de acordo com a vice-ministra da Defesa, Hanna Maliar, que também destacou a dificuldade em superar os campos minados russos.
“As hostilidades estão ocorrendo nas proximidades de Urozhaine e a luta é por esta localidade em particular”, informou, em comunicado a uma plataforma militar oficial. “Há algum sucesso nos eixos sul e sudeste nas proximidades de Staromaiorske.”
Iniciada em junho, a contraofensiva liderada por Kiev tem avançado a passos lentos, para desagrado das autoridades locais, em consequência às fortes linhas de defesa de Moscou. Além dos ataques aéreos russos, as Forças Armadas ucranianas estariam “enfrentando a mineração completa do território, fortificações de cimento das principais alturas, (e) morteiros constantes e bombardeios de artilharia”.
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A vice-ministra indicou, ainda, que seus soldados teriam recuperado, na última semana, quase três quilômetros ao redor da cidade de Bakhmut, palco de intensos confrontos que perduraram por um ano e seis meses. Em contrapartida, os militares russos teriam reagrupado e avançado nas cidades de Kupyansk, libertada pelos ucranianos no ano passado, e Lyman. Como consequência, tanto Kupyansk quanto áreas vizinhas foram evacuadas.
Além disso, a Ucrânia teria obtido “sucesso parcial” perto da vila de Robotyne, na região de Zaporizhzhia, de acordo com o Estado-Maior das Forças Armadas. As investidas do país teriam como finalidade alcançar o Mar de Azov que, caso conquistado, bloquearia a ponte terrestre entre Rússia, Crimeia e o leste de Donetsk.
“A capacidade das forças ucranianas de avançar para os arredores de Robotyne – que as forças russas dedicaram esforços, tempo e recursos significativos para defender – permanece significativa, mesmo que os ganhos ucranianos sejam limitados neste momento”, defende o Instituto para o Estudo da Guerra, nos Estados Unidos.
Em setembro do ano passado, o presidente russo, Vladimir Putin, anexou ilegalmente Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia, equivalente a u quinto do território do país. A decisão engloba, inclusive, partes do centro industrial ucraniano, o Donbass. Com cerca de dois meses, a contraofensiva tenta recuperar as zonas tomadas à força, mas tem apresentado apenas pequenos ganhos.