Acompanhe o primeiro dia do conclave que elegerá o novo papa
Processo terá a primeira fumaça (branca, sinalizando consenso, ou preta, indicando que não houve escolha) nesta quarta-feira
Após mais de três horas de deliberação dos cardeais, a chaminé da Capela Sistina soltou fumaça preta sobre os céus de Roma nesta quarta-feira, 7, primeiro dia do conclave para eleger o sucessor de papa Francisco. As portas da igreja adornada por Michelangelo foram trancadas às 17h43 locais (12h43 em Brasília), dando início ao processo secretíssimo, e só serão abertas depois da fumaça escura ser substituída pela branca.
A expectativa é que o novo pontífice cruze as cortinas vermelhas da Basílica de São Pedro até o final de semana, mas não há data limite para que fumaça branca rompa o céu do Vaticano, sinalizando que houve um consenso – nas votações de Francisco, em 2013, e de Bento XVI, em 2005, os cardeais levaram apenas dois dias para selecionar um nome.
Os horários de votação e da fumaça foram divulgados pelo Vaticano na terça-feira 6. Para ser eleito, um cardeal precisa receber dois terços dos votos.
Acompanhe ao vivo o primeiro dia do conclave:
16h00: Fumaça preta sai pela chaminé da Capela Sistina; resultado do conclave não sai nesta quarta-feira.
15h37: Faz cerca de três horas que os cardeais estão deliberando. Houve um atraso de mais de quarenta minutos para o início do conclave, mas o período anteriormente estimado entre o fechar das portas e o primeiro sinal de fumaça era de apenas duas horas.
15h00: Enquanto uma multidão aglomerada na Praça de São Pedro espera o sinal preto ou branco da chaminé da Capela Sistina, um grupo de mulheres lançou sinalizadores de fumaça cor-de-rosa no céu de Roma. Foi um protesto contra a ausência de figuras femininas na hierarquia religiosa e, portanto, nas decisões mais altas da Igreja Católica. O ato, organizado por ativistas de várias organizações internacionais, pediu a reversão da histórica proibição de mulheres exercerem o sacerdócio.
12h43: Diego Ravelli, o mestre das celebrações litúrgicas papais, dá a ordem “extra omnes“, que em latim significa “todos para fora”, ordenando que todos que não sejam cardeais votantes (padres, o coral e bispos) deixem a Capela Sistina. As portas da igreja são fechadas pelos Guardas Suíços após o juramento e, a partir de agora, os cardeais ficam isolados até a escolha do novo papa. Começa o conclave.
12h42: Todos os cardeais terminam o juramento, sendo o último o mais recentemente ordenado, o ucraniano Mykola Bychok, 45 anos.
12h30: Dos 133 cardeais votantes no conclave, pouco mais da metade já prestou juramento.
12h23: A substituição do nome original do cardeal que vira papa por um novo, de conotação religiosa, conhecido como “nome pontifício”, é um dos primeiros atos simbólicos após o conclave. Quando o novo pontífice for eleito, seu nome será anunciado ao mundo por um cardeal no balcão central da Basílica de São Pedro, em latim. É comum que os papas adotem nomes que reflitam seus ideais ou prestem homenagem a figuras marcantes da Igreja. Francisco, que homenageou o santo conhecido por sua humildade, sugeriu, em tom de brincadeira, que seu sucessor poderia ser João XXIV, indicando um sucessor do progressista papa João XXIII que trouxe um sopro de renovação com o Concílio Vaticano II – que ele tentou replicar.
12h02: Cada um dos cardeais faz um juramento em latim, colocando a mão sobre a Bíblia e dizendo: “Eu”, dizendo seu nome, “prometo, juro e assumo a responsabilidade. Que Deus me ajude e estes Santos Evangelhos que toco com a minha mão”. Assim que o último cardeal fizer o juramento, Diego Ravelli, o mestre das celebrações litúrgicas papais, dará a ordem “extra omnes“, que em latim significa “todos para fora”. Ele é uma das poucas pessoas que podem permanecer dentro da capela durante o conclave, mas não durante a contagem dos votos.
11h59: Parolin liderou as orações entoando “Veni, Creator Spiritus”, um hino em latim pedindo “o espírito de inteligência, verdade e paz” para “conhecer a sua vontade e servi-lo com total dedicação”. Em seguida, os cardeais farão seus juramentos – primeiro coletivos, depois individuais –, prometendo total sigilo sobre o processo e que jamais permitam interferência no processo eleitoral.
11h55: A Capela Sistina está pronta para o início do conclave. Cada cardeal recebeu uma mesa, sobre a qual repousa uma caneta e uma pilha de cédulas com as palavras “Eligo in summum pontificem” (Eu elejo como sumo pontífice). Durante as rodadas de votação, eles escrevem seu nome preferido, dobram a folha ao meio e a colocam em uma urna de bronze. As cédulas são contadas e recontadas antes de serem perfuradas com uma agulha – que passa especificamente pela palavra “eligo” –, montando um maço. Depois, elas são queimadas em um forno, e a fumaça sai pela chaminé. Se não houver consenso, produtos químicos são adicionados para tornar a fumaça preta; se um candidato for escolhido, os químicos tornam a fumaça branca.
11h35: Cardeais começam a procissão para a Capela Sistina e fazem oração silenciosa antes de entrar no templo embelezado por Michelangelo. A procissão não foi liderada não pelo líder do colégio cardinalício, Giovanni Battista Re (sem direito a voto por ser maior de 80 anos), mas por Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano e “número dois” de Francisco, que também é um dos favoritos para o conclave. Enquanto caminham, os cardeais entoam a Ladainha dos Santos, onde um coro invoca os nomes dos santos e os cardeais respondem com “Ora pro nobis”, ou “Rogai por nós”.
11h20: Faz um belo dia de sol em Roma, e peregrinos começam a chegar à Praça de São Pedro antes do início do conclave. Um enorme grupo da Sardenha cantava hinos enquanto caminhava pela Via della Conciliazione, a rua principal que liga Roma ao Vaticano.
11h00: Os 133 cardeais que participarão do conclave já saíram da Casa Santa Marta e se preparam para começar em breve a procissão à Capela Sistina. Antes, fizeram uma oração pré-votação na Capela Paulina. Vizinha da Capela Sistina, a Capela Paulina também é onde autoridades e funcionários designados para trabalhar no conclave fizeram um juramento de sigilo no início desta semana, obrigação fundamental para desempenhar seu papel durante a eleição papal.
10h45: Cardeais entram em ônibus para ir da Casa Santa Marta até os arredores da Capela Sistina, onde fazem mais uma oração antes de iniciarem o processo do conclave.
10h18: Ainda não há certeza de qual será o alfaiate responsável por vestir o próximo papa antes de cruzar as cortinas vermelhas da Basílica de São Pedro para cumprimentar os fiéis pela primeira vez. No entanto, há um nome que se destaca: Raniero Mancinelli, dono da Mancinelli Clero, conhecido por confeccionar roupas para pontífices, apesar de nunca ter criado a batina branca inaugural.
10h00: Vaticano desativa sinal de celular, e todos os dispositivos eletrônicos são confiscados dos cardeais. Eles ficarão incomunicáveis durante todo o processo, mas a Santa Sé também transformou a Capela Sistina em uma espécie de “buker digital” para evitar interceptações de informações durante o processo secreto.
7h40: Arquidiocese de Brasília divulgou vídeo em que os oito cardeais brasileiros que participarão do processo (sete deles com direito a voto) realizaram uma oração a Maria, a Nossa Senhora Aparecida e Padroeira do Brasil, no Vaticano para pedir a “luz do Espírito Santo”, que os religiosos acreditam orientar a escolha na clausura entre as paredes da Capela Sistina.
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6h00: Após a homilia, a jornalista brasileira Andressa Collet, que trabalha na Vatican News, portal oficial do Vaticano, leu em português de um trecho de uma oração.
5h00: Responsável por realizar a homilia da missa que antecede as votações do primeiro dia do conclave, o cardeal decano Giovanni Battista Re pediu ajuda do Espírito Santo para que os cardeais escolham o novo pontífice corretamente. “Estamos aqui para invocar a ajuda do Espírito Santo, para implorar a sua luz e a sua força, a fim de que seja eleito o Papa que a Igreja e a humanidade precisam neste momento tão difícil e complexo da história”, afirmou, durante a missa Pro Eligendo Pontifice na manhã desta quarta.
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